Dualismo das plantas medicinais

Boa tarde Senhor Carlson.


Qual o verdadeiro efeito das chamadas plantas que curam?
Há muito se vem discutindo o efeito curativo das chamadas plantas medicinais encontradas em abundância na nossa flora. "São mais de 55 mil espécies catalogadas", diz o médico Roberto Boorhen, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia.

A propósito,  todos nós temos um costume gravíssimo. O de achar que tudo o que é natural traz necessariamente algum benefício. Mas há um ditado bem conhecido para quem costuma tomar chás aleatoriamente:  “Se não fizer bem, mal não faz”.

 Essa idéia, porém, é totalmente equivocada, pois, como especialistas afirmam, como o caso da professora e fitoterapeuta Terezinha de Moraes Rego, é  um erro pensar assim. "Há essências ou princípios ativos em plantas, que contêm venenos poderosos”, complementa Rego. E ela está corretíssima. São 20 mil pessoas mortas no país, por ano sob incidência de problemas de intoxicação e a reações de hipersensibilidade ou alergia.

Sair por aí nas bancas de feiras ou nos xamãs pedindo orientação sobre chás milagrosos ou plantas que podem curar determinadas doenças, é grave. E tudo começa na própria escola de medicina. Para evitar complicações é preciso aprender algumas reações perigosas de alguns fitoterápicos, por exemplo: um chazinho de Carqueja (ótimo para inflamações de estômago), por exemplo, pode ser desastroso para quem tem pressão baixa.

1 - A pata-de-vaca (Bauhinia forticata) é uma planta popularmente usada contra o diabetes. O chá dessa erva pode causar hipoglicemia no diabético. Sem saber que esse efeito é provocado pelo chá, o médico pode achar que é necessário reduzir a dose dos remédios. Se isso for feito e a pessoa parar de tomar o chá, os níveis de açúcar no sangue podem subir e trazer sérias consequências ao paciente.

2 - Cápsulas de alho (Allium sativum) têm efeito antihipertensivo, antitrombótico e antioxidante. São usadas para prevenir doenças cardiovasculares. Mas não devem ser consumidas por pessoas que tomam anticoagulantes orais e aspirina. Uma outra interação muito perigosa: cápsulas de alho podem reduzir a atividade dos antivirais usados no tratamento da aids.
 

3 - A erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) costuma ser usada para ajudar a combater a depressão. Muitos pacientes de AIDS que sofrem de depressão costumam tomar chás dessa erva. Mas atenção: ela também reduz a concentração das drogas anti-HIV no sangue. O tratamento perde eficácia.

4 - O chá verde (Camellia sinensis) é usado como antioxidante e para ajudar a reduzir os níveis de colesterol. Mas não deve ser usado junto com drogas vasodilatadoras coronarianas ou com a teofilina, um broncodilatador pulmonar.
 

5 - O gengibre (Zingiber officinale) ajuda a reduzir náuseas e cólicas. Também estimula a circulação e a digestão. Mas pode provocar fortes reações gástricas. Também não deve ser usado junto com remédios anticoagulantes.
 

6 - O suco da toranja (Citrus x paradisi), também chamada de grapefruit, contém uma substância que inibe o metabolismo de remédios contra a hipertensão. Quem tem o costume de tomar esse suco frequentemente (o que é comum nos Estados Unidos) corre o risco de sofrer uma crise de hipertensão.

Para saber mais sobre Plantas Medicinais e o seu Ordenamento Científico, é de bom alvitre ler o link a seguir: http://www.protec.org.br/arquivos/eventos/download/Katia_Torres.pdf

Por Josef Anton Daubmeier
Edição Blog do Pessoa