22 de nov. de 2010

PI: Juiz autoriza o embargo da obra da praça dos pescadores no litoral

A decisão veio três meses após a ação popular movida pela Associação de Moradores de Barra Grande

Praça sendo construída  
Praça sendo construída
O juiz federal da 4ª Vara Derivaldo de Figueiredo Bezerra Filho, responsável pela Vara Única da Subseção Judiciária de Parnaíba, concedeu no dia 11 deste mês uma liminar autorizando o embargo da obra de construção de uma praça na praia de Barra Grande, município de Cajueiro da Praia, distante 384 Km de Teresina.
A decisão veio três meses após a ação popular movida pela Associação de Moradores de Barra Grande que justifica que a obra traria danos irreversíveis ao meio ambiente com devastação de mata nativa, riscos para espécies como peixe-boi entre outros. A obra é uma iniciativa do governo do Estado. Na última semana, uma parte da construção, que já estava avançada, foi destruída. Os autores da ação disseram desconhecer o ato de vandalismo e que a via que procuraram para resolver a questão foi através da Justiça.
O governo alega que os estudos de licenciamento já foram realizados pelos órgãos competentes. Alem disso, será criada área destinada à preservação do peixe-boi, por meio do Instituto Chico Mendes, abrangendo 40 mil hectares entre o Piauí e Ceará, cuja unidade deve possuir ecossistema sem alteração ou em recuperação.
Pela liminar o juiz afirma que "É público e notório que Barra Grande é uma praia nativa, sendo no Estado do Piauí a única praia, efetivamente, polo de turismo nacional e internacional. A sua vocação turística está completamente delineada no fato de ser uma praia em que suas características naturais estão preservadas. A manutenção das características originais (paisagem e ecossistemas) de Barra Grande tem sido defendida, além de tudo e principalmente, pelo fato que se situa em local da área de preservação ambiental do Delta do Parnaíba, cuja defesa de suas condições naturais é mais ingente por ser um dos poucos espaços no país de vivência do peixe-boi-marinho".
A historiadora Claudete Dias, moradora há mais de uma década em Barra Grande, afirma que a forma como a praça vem sendo construída é uma agressão à natureza, pois são usados pedra, cimento, tijolo, areia em uma área que foi desmatada. Deve acontecer ainda uma audiência pública para que seja mostrado todo o projeto de construção da praça. Barra Grande é um dos locais mais aprazíveis do país para contemplação da natureza.


Fonte: Com informações do Diário do Povo

Um comentário:

  1. É claro que a mobilização contra a construção da praça tem outros interesses além da propalada defesa do meio ambiente. É a defesa do meio ambiente de alguns usando a massa como escudo. Prática antiga e ultrapassada.

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