O Piauí |
O luiscorreiense
Antonio de Pádua Costa (o Piauí) será um dos homenageados no Museu do
Piauí. Antonio de Pádua era militante do PC do B e foi morto quando
fazia parte do movimento que ficou denominado como Guerrilha do
Araguaia. O Piauí foi visto com vida pela última vez no dia 24 de
janeiro de 1974 quando de intenso tiroteio com as Forças Armadas e ao
final el foi encontrado morto às margens da antiga rodovia PA-70 cravado
de balas por um pelotão de fuzilamento.
Três
piauienses que participaram de um dos episódios mais sombrios da
história brasileira serão homenageados pelo governo brasileiro. Simão,
Sitonio e Piauí estavam entre os jovens militantes do PC do B que
ocuparam as matas do Norte do país para formar um grupo armado que
oferecesse resistência ao regime militar.
O episódio ficou conhecido como
Guerrilha do Araguaia. O memorial fixado no Museu do Piauí será
inaugurado no dia 11 de novembro deste ano. Receberá o nome de batismo
dos três guerrilheiros: Antônio de Pádua Costa (Piauí), natural de Luís
Correia, Antônio Araújo Veloso (Sitonio), de Bertolínea, e Simão Pereira
da Silva (Simão), nascido em Ribeiro Gonçalves.
Alci Marcos |
Os organizadores do evento estão
empenhados agora em manter contato com os familiares dos guerrilheiros.
Várias entidades foram mobilizadas para essa tarefa. “Só vamos cessar
quando essas pessoas forem encontradas para receber essa homenagem”,
fala Marcus.
O Museu do Piauí também foi
escolhido para abrir a exposição “Ditadura no Brasil, 1964 – 1985”, que
será levada posteriormente a várias regiões do Brasil.
O ministro Paulo Vannuchi, secretário especial de Direitos Humanos, participará da inauguração do memorial e da mostra.
O
piauiense Antônio de Pádua Costa, o Piauí, foi visto pela última vez em
24 de janeiro de 1974. Segundo relatos de testemunhas, ele morreu
diante de um pelotão de fuzilamento às margens da antiga PA-70.
Antônio
Araújo Veloso, conhecido como Sitonio, foi preso pelo Exército em abril
de 1972. Acusado de ser amigo dos guerrilheiros, foi submetido a
brutais torturas, que lhe causaram sequelas permanentes. Em consequência
disso, morreu em 1974, aos 41 anos.
Preso
em 1973, Simão Pereira da Silva também foi vítima de torturas,
espancamentos e humilhações na prisão. Ele morreu seis anos depois, em
Goiânia, vítima das doenças contraídas na prisão.
Em
1966, integrantes do PC do B começaram a se instalar em três áreas do
Bico do Papagaio, região que abrange o sul do Pará e o norte do atual
Estado do Tocantins.
Entre
1972 e 1974, as Forças Armadas promoveram três campanhas na tentativa
de eliminar a guerrilha - só venceu na última. A repressão contou com
cerca de 5 mil agentes, incluindo homens das polícias Federal,
Rodoviária Federal, Militar e Civil.
O
conflito deixou um saldo de 84 mortos, sendo 69 guerrilheiros ou apoios
da guerrilha, 11 militares e 4 camponeses sem vínculos com o partido ou
o Exército. Vinte e nove guerrilheiros sobreviveram às três campanhas.
Edição: Jornal da Parnaíba
Fonte: Rômulo Maia/PortalAZ
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