11 de nov. de 2010

Escultor parnaibano está cego e vivendo na pobreza

Francisco das Chagas Ribeiro
Um dos maiores artistas plásticos do Piauí está vivendo na pobreza em Parnaíba. Francisco das Chagas Ribeiro, que até bem pouco tempo podia ser encontrado na praça da Graça ou na frente do Hotel Cívico oferecendo suas peças em madeira,
está cego e sobrevivendo com uma pequena aposentadoria. Muita gente ainda lembra do homenzinho de pele escura e franzino com seus cachorros feitos de galhos de pau, um dos pioneiros da arte primitiva assim como Zilda Vaz, nunca recebeu o reconhecimento merecido.
Seu início de carreira, assim como de outros artesãos, foi na Cooperativa Artesanal Mista de Parnaíba pelas mãos de Almira Silva, que viu naquele homem humilde um talento fora do comum. Suas peças, onde se sobressaem os santos, as figuras de lendas brasileiras e típicas nordestinas, estão hoje em grandes coleções particulares em Fortaleza, Teresina, Brasília, Japão e na Alemanha. Mas nem por isso Francisco Ribeiro acumulou fortuna ou ganhou o reconhecimento, embora os críticos considerem seu trabalho como um dos mais bem elaborados dentro da arte primitiva.
Francisco Ribeiro chegou a trabalhar com um marchand paulista fazendo esculturas que eram vendidas nas regiões Sul e Sudeste. Mas acabou segundo disse certa vez, sendo enganado. No Piauí, mais propriamente em Parnaíba, nunca recebeu proposta para uma exposição individual e nem qualquer distinção de órgãos públicos ligados à cultura. A exceção foi o colecionador Carlos Guido, morto há dois anos, que tinha pelo menos 600 peças de Francisco Ribeiro no seu museu particular da rua Doutor Francisco Correia, na região central de Parnaíba e de certa forma muito lhe ajudou nas horas difíceis.
Morando numa casa modesta, até bem pouco tempo sem muro, que era de propriedade da Caixa Econômica Federal no Broderville, zona sul, conseguida com o empenho das amigas da cooperativa, Almira Silva e Rosário Barros, o escultor Francisco Ribeiro vive com a mulher e os quatro filhos. Dois deles, Dimas e Toinho, seguiram sua profissão tendo já o último realizado trabalhos premiados, com a mesma qualidade do pai. Suas peças sacras, Nossa Senhora de Fátima e São Francisco são reconhecidas pelo apuro de traços.

Antonio de Pádua Marques Silva/proparnaiba.

2 comentários:

  1. É realmente uma pena que valores da terra não tenham o devido reconhecimento. Como diz o ditado: "Parnaiba é uma mãe pra quem vem de fora e uma madrasta para seus filhos".
    Quando esse povo vai acordar?
    Sandra

    ResponderExcluir
  2. Concordo com a Sandra, ñ damos devido valor quem é ta terra trsite mesmo

    ResponderExcluir

Comente essa postagem

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...