CRÔNICA - Idólatras do dinheiro

Sr. Carlinson,

Mesmo residindo em Brasília, prestigio seu blog diariamente. Aprovei o novo formato de seu programa. Ganhou ares de modernidade!
Se possível, leia minha crônica em seu programa e reflita sobra a temática abordada!

Parabéns pelo seu trabalho!
Abraços.
Professor Antônio Pereira de Araújo

Idólatras do dinheiro

Parábola do homem rico – “Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas”. (Evangelho de Lucas, cap.12, vers.13)

                Outro dia veio à minha mente a seguinte frase: “Hoje, as pessoas valem pelo que possuem. Já não são vistas, primeiramente pelas suas licitudes, pelo que representam moralmente em sociedade”.

                Sem o intuito de generalizar tal conceito em nosso cotidiano, farei apenas menção do comportamento daqueles indivíduos que se deixam guiar por ideologias extremamente materialistas, levando a vida em função dos prazeres físicos.

                Em minha opinião, pessoas intituladas de celebridades do dinheiro são cada vez mais aclamadas e prestigiadas, enquanto aquelas desprovidas de montantes financeiros e de bens materiais são menosprezadas, excluídas e inseridas à margem da sociedade.

                Num mundo impregnado pelo desejo de posse; pela febre do consumo; pela luxúria; pelo status social a qualquer preço, impera o desamor (ou o falso amor); a insensibilidade; a ingratidão; a avareza, etc.

                Ao refletir sobre a passagem bíblica que norteou este artigo, creio na tese de que o dinheiro possibilita comprar tudo de material existente no mundo, além, claro, possui o poder de corromper, perverter moralmente e induzir indivíduos a muitos males. Dinheiro não compra o bem mais valioso deste mundo. A vida. Dinheiro algum é capaz de converter morte em vida. Vida que é dada por um Ser incorruptível, o Criador. Os corruptos somos nós, criaturas inferiores, lapidadas de desejos mundanos.

                Recordo-me das sábias palavras de meu avô, nascido e vivido no século passado. Pregava ele sobre o nobre respeito ao cidadão de bem, independentemente de sua condição financeira. Priorizava a moral; o caráter; a honradez, seja o indivíduo um trabalhador do campo, seja um rico dono de terras. Para o meu avô, as verdadeiras celebridades eram aquelas pessoas dignas, autênticas e honestas.

                E o que dizer de hoje? Somente os homens bem resolvidos financeiramente, merecem o respeito de toda a sociedade? E os mais humildes, não carregam consigo valores?

                Valores materiais como: uma roupa de grife; um carro importado; uma jóia rara, não é capaz de transformar mentalidades doentias. A ostentação da elegância de nada adianta se no âmago da pessoa residir uma personalidade pútrida, materialista e funesta.

                É necessário que nossas crianças, em fase de escolarização sejam alfabetizadas moralmente, para que não sejam precocemente contaminadas pela avareza. Que aprendam a valorizar a pessoa de bem, seja ela rica ou pobre. Esta é uma missão dificílima diante das transformações globais em curso.

                Na era dos ciberespaços, onde a artificialidade das relações humanas se faz presente, um abraço caloroso e um aperto de mão, são gestos raros. Este é o nosso tempo!

Antônio Pereira de Araújo - Professor