7 de out. de 2010

Quem pede, recebe

Em política, como no futebol, tem mais desenvoltura quem se movimenta. A máxima do filósofo do futebol Nenêm Prancha se aplica ao atual momento da política piauiense. ‘quem pede, recebe, quem se desloca, tem preferência’, tem beneficiado, até agora, ao governador Wilson Martins. Nem bem encerrou a comemoração da vitória no primeiro turno, já estava se movimentando a procura de parceiros para o segundo. E os encontrou. O ex-prefeito Silvio Mendes deu demonstração de ter ‘dormido no ponto’. Passou mais tempo justificando o injustificável, pontuando nos programas de televisão em alguns casos com destempero, o que não é do seu temperamento, em relação ao adversário. Wilson tomou café da manhã, almoçou, lanchou com os que até dias atrás eram seus adversários e agora, está contabilizando bons resultados. Já se viu em pleitos anteriores as lideranças derrotadas pela vontade popular. Mas para que isso volte a ocorrer no Piauí, Silvio Mendes tem que mudar o discurso, ser mais ativo. Pela pífia diferença de votos para o governador, em Teresina, principal reduto tucano, dificilmente Silvio Mendes será a onda, traduzida na manifestação popular. Sua campanha em Teresina foi sonolenta, sendo surpreendido pela exuberante performance de Wilson Martins. Mão Santa, em 1994, não tinha uma casa para entrar no primeiro turno e, de repente, no segundo, viu multidões cercá-lo, acompanhá-lo, em detrimento do esquema montado, seja no âmbito do governo ou dos municípios. Em 2002, Wellington Dias ganhou no primeiro turno de outro esquemão pré-constituído. É preciso Silvio Mendes dar sinais de que representa de fato não só o lado oposto, mas a certeza da mudança radical ao que está estabelecido.

Por Arimateia Azevedo

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