20 de set. de 2010

O mito da porca nas eleições


Bom dia prezados concidadãos.

Referente aos diversos publicações servimos este artigo.

Há, na Bíblia, uma passagem em que milhares de porcos jogam-se no abismo possuídos por demônios (O possesso e os porcos, Marcos, Cap. 5 Ver. 1-20). A invenção de usar o porquinho como cofre é atribuída ao engenheiro francês, Sebastian la Pestre, no século XVII. Por esta versão, Pestre teria calculado que em dez anos uma porca pode produzir seis milhões de filhotes e concluiu que este animal representaria bem a idéia de economizar.

No Piauí, há pelo menos duas lendas que trazem a porca como figura principal: a porca do dente de ouro e a porca ruiva. Em função do espaço reduzido, não contaremos aqui tais lendas, mas de um RITO POLÍTICO da sociedade piauiense comum nos períodos ELEITORAIS.

Encontramos no decorrer da pesquisa pelo menos três versões, a partir das quais se cria um número infindável de outras histórias. Cada narrador acrescenta algo, localiza-a em lugar diverso, muda personagens. Vejamos a seguir o que conta Laerte Magalhães:

1. Manuca, um comerciante na cidade de Campo Maior, pela década de 60 do século passado, após ter perdido a eleição para vereador, observava, em frente a sua casa, porcos que fuçavam restos do material da campanha eleitoral. Alguém que passava por ali, percebendo o estado de desolação de Manuca, adverte em tom de galhofa, “cuidado Manuca, senão a porca te come”. A história caiu no gosto popular e rapidinho espalhou-se pelo estado, principalmente porque foi adotado pela mídia.


2. Um político, também de Campo Maior, pela década de 50, teria planejado trocar urnas com votos legítimos por outras com votos falsos, sob as obscuridades. Deixou debaixo de uma moita próxima ao local onde as urnas verdadeiras eram guardadas. Mas, na hora marcada, ao chegar à moita para apanhar as urnas que lhe garantiriam a vitória, viu que uma enorme porca havia espatifado todas as cédulas. Por conta disto, o tal político perdeu a eleição. Do mesmo modo que a versão anterior, a história tomou gosto nas rodas de conversa pela cidade e espalhou-se no imaginário popular.

3. O professor Joaquim Magalhães, natural de Piracuruca - PI, diz que nem uma das duas versões corresponde à verdade. Segundo o referido professor, a prática deriva do costume de disparar bacamartes ou ronqueiras nas festas religiosas que é depois adotado nas festas de vitórias políticas. Por ocasião de tais festas, os partidários do vitorioso utilizavam expressões como “hoje a porca vai roncar”, “hoje a porca vai comer”. Para o professor o ronco do bacamarte ou da ronqueira era associado por imitação ao ronco da porca. Daí, a expressão “a porca vai comer” foi aos poucos se transmutando para o modo como é utilizada atualmente.

Zózimo Tavares publicou em 14/05/2007 que na campanha de 2004, a irreverência do delegado federal Robert Rios, candidato ao prefeito de Teresina pelo PC do B, criou uma nova raça de "porca." Segundo ele, o médico e senador Mão Santa, aplicando seus conhecimentos sobre o genoma, criou a "porca de duas cabeças." Conforme Robert, uma das cabeças é para comer o filho do senador, Mão Santinha, candidato a prefeito de Parnaíba, e a outra para comer a esposa de Mão Santa, dona Adalgisa Moraes Souza, candidata a prefeita de Teresina.

A variedade demonstra e reafirma a riqueza do mito.

Abraço forte, extensivo aos seus familiares e leitores.

Por Josef Anton Daubmeier

Um comentário:

  1. No dia em que sair o resultado das eleições, eu vou fazer questão de colocar o som da porca roncando, especialmente para o ex - secretário de educação, Antônio José Medeiros e pro Florentino! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

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