Rei da Boiada, Campeão 2010

O Batalhão entrou. brincou e saiu com a garra e a beleza de Campeão.

Vitória fenomenal
Com uma apresentação impecável, o Rei da Boiada sagrou-se Campeão de 2010, no Arraial de São João da Parnaíba. Tudo no Batalhão estava perfeito e brilhante. A vitória foi mais que exata.
Para chamar o Batalhão, o Amo (Batista) saudou a platéia, em versos de sete sílabas e rimados, com uma ligeira anunciação dos 160 brincantes. (Nunca nenhum Boi da Parnaíba foi tão grande.) Os tambores então tomaram conta da noite levemente acompanhados por um cavaquinho.
Carregado de inovações, jamais o Rei da Boiada apareceu tão bem vestido. Os Boieiros, como Arlequins, em vermelho e branco, fizeram com que o Batalhão parecesse gigantesco e, pela primeira vez os Caboclos Reais não formaram um destaque isolado: os Caboclos estavam totalmente integrados na harmonia do Batalhão. Eram quatro cordões que, de repente, numa evolução exemplar, uniam-se formando os dois cordões tradicionais.
Na Catrevagem, o Rei da Boiada trouxe o Chiquim (fantástico!) fazendo um soberbo Folharal. A Folhaça (no brinquedo, se pronuncia Foiaça) rodando era algo sobrenatural. Há anos, o Chiquim é o Folharal do Rei da Boiada. Mas, neste ano, o Folharal não brilhou sozinho porque tinha uma Burrinha de encantar os olhos de qualquer criança. Só o Folharal e a Burrinha já podiam dar Dez à Catrevagem inteira. Mas, em suas inovações, o Rei da Boiada inventou agora uma Sinhazinha, a filha do Amo, que, no final será um dos pivôs da Ressurreição do Boi.
Aparentemente simplezinho, o Boi (o bicho) entrou todo branco até que, de repente, trocou o couro e se tornou um grandioso Touro escuro e de muito brilho. Obra de arte feita pelos mestres artesãos dos Tucuns (São José) um antigo celeiro de artesãos de Boi da Parnaíba.
Os Vaqueiros cercavam o Boi num bailado alucinante complementado pelas Vaqueiras, mais uma invenção moderninha do Rei da Boiada. E o pelotão de gente da mata, Índias e três Pajés, foi também surpreendente em beleza e dança.
Perto do fim o Batalhão do Cantanduba cantou a inesperada morte do Boi. O Amo chamou Sinhazinha, Pajé e Curandeiro e tanto fez que, como nos velhos tempos, conseguiu a Ressurreição do Rei da Boiada. Foi então que, para encerrar a brincadeira, o Batalhão cantou a Toada de Despedida e partiu glorioso.
Convém ainda destacar a fenomenal performance do Sargento João da Guia, que corria a Arena inteira exigindo dos cordões um bailado-corrido sem erro e com garra.
A classificação final do Campeonato ficou assim: primeiro, Rei da Boiada (98,5 pontos); segundo, Flor do Lírio (95,5 pontos); terceiro, Novo Lírio (92,5 pontos); quarto, Igaraçu (92 pontos) e em quinto lugar, o Diamante Negro, com 90 pontos. Com diferença de 3 pontos sobre o segundo lugar, a vitória do Rei da Boiada foi esmagadora!

Por Benjamin Santos