23 de jul. de 2010

Quando os “mortos” pedem socorro

A célebre frase: “Descanse em paz”, incansavelmente proferida por religiosos, no momento em que falece uma pessoa, tem sido objeto de pesadelo para muitos familiares, que vêem túmulos de entes queridos serem violados em cemitérios Brasil afora.
Ilustríssimo Sr. Carlson Pessoa
É com enorme satisfação que recorro mais uma vez a este espaço democrático de comunicação; um canal aberto a todas as camadas da sociedade parnaibana, e que ao longo dos tempos tem proporcionado importantes resultados na resolução de problemáticas sociais.
Mais uma vez fui motivado a escrever sobre o Cemitério da Liberdade, localizado no bairro Catanduvas. Comovido e solidário a uma família indignada e envergonhada pelo descaso de gestores públicos municipais para com o referido cemitério, hoje, fico a me perguntar: Existe diferença entre morto rico e morto pobre? A terra que cobre um, não é a mesma que cobre a todos? Por que o cemitério da liberdade não recebe o mesmo tratamento dispensado àqueles cemitérios onde se enterram pessoas, que em vida se destacaram socialmente; que foram tidas como personalidades, seja nesta cidade, no estado ou até mesmo no país?
Foi de minha autoria o texto intitulado de: “Cemitério abandonado”, divulgado neste nobre programa de rádio (09/06/10), e veiculado ao Jornal Meionorte, Seção Opinião, edição de 19/06/10. Nas duas ocasiões não citei nome de ninguém, mas, agora acho relevante mencionar, que no combalido cemitério do bairro Catanduvas, está enterrado o Sr. Lucrécio Arrais, cujo túmulo fora alvo das ações de vandalismo, tendo peças de mármore que compunham a sepultura, furtados. Em minha opinião, atos de banditismo como esse, justificam a inoperância de agentes municipais para com a vigilância e proteção de bens materiais pagos com dinheiro de gente trabalhadora, que contribui com seus impostos. Cabe ao poder público local investigar, e, posteriormente se pronunciar. Quem sabe possa apresentar justificativas para a ingerência do cemitério.
Na capital Teresina, tive a oportunidade de visitar um cemitério, e lá constatei o zelo para com o “recanto dos mortos”. Ora, como a segunda cidade do Estado, Parnaíba, considerada importante centro turístico, que nem sequer o “território dos vivos” é tão bem cuidado, o que esperar de espaços destinados a entes que não mais gozam de vida plena? (Leia: “Parnaíba, um olhar urbano” – Jornal Meionorte, edição de 07/08/09, Seção Opinião).
Aqui, também faço menção ao descaso de gente da prefeitura para com a esposa do finado. Ela implora por solução definitiva a outro problema - se tem ou não direito ao recibo referente ao pagamento do terreno destinado ao sepultamento. Eu, pessoalmente, nos dois meses que passei nesta cidade, comprovei a morosidade do setor público que trata de assuntos funerais.
Sr. Carlson, já dizia meu sábio avô: “As pessoas têm governos que merecem. Se vivem na taca é porque não lutam, não têm coragem de reivindicar direitos sociais, são acomodadas, medrosas e não sabem boicotar falsos políticos”. É isso que vislumbramos hoje. Muitos problemas são deixados de lado por mero conformismo. E por confiar em seu digno trabalho; nesta voz que diariamente clama por justiça e igualdade social; nesse programa de nome impactante, chamado “Flagrante” é que lanço meu apelo, na certeza que ele será ouvido por muitas pessoas. Acreditando na competência de pessoas públicas desta cidade, esperaremos por respostas positivas.

Desde já agradeço pela atenção dispensada. Um grande abraço.
Antônio Pereira de Araújo – Professor – Sobradinho, Distrito Federal

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