13 de mai. de 2010

Prefeito acusado de pedofilia poderá não celebrar mais missa, diz bispo

Dom Alfredo Schäffler anunciou durante assembleia da CNBB que pode abrir processo canônico contra Domingos Cavaleiro

O bispo da diocese de Parnaíba (PI), dom Alfredo Schaffler, afirmou nesta quarta (12) durante a 48ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que vai abrir processo canônico contra o padre Domingos José Rodrigues Cavaleiro (PMDB), prefeito do município de Domingos Mourão, preso ontem acusado por crime de pedofilia. Cavaleiro, que foi suspenso de ordens há seis anos, quando entrou na política e anunciou sua candidatura, poderá ser punido pela Igreja com a perda do estado clerical.

"Se a prática de abusos sexuais contra menores for confirmada, padre Domingos Cavaleiro será reduzido ao estado leigo e proibido de exercer qualquer função sacerdotal", disse dom Alfredo. A suspensão de ordens ou proibição de celebrar missa e administrar outros sacramentos poderia ser revogada, se o padre abandonasse a política e deixasse de ser prefeito.

Posicionamento
Em uma Carta dos Bispos aos Presbíteros, divulgada hoje, a Assembleia Geral da CNBB adianta qual será a atitude do episcopado nos casos de abusos sexuais contra menores praticados por sacerdotes. Depois de agradecer a dedicação e amor a Jesus Cristo e à missão de sua Igreja, os bispos advertem para os males causados pela pedofilia.

Diz o texto: "Comportamentos abusivos de alguns irmãos presbíteros atingiram recentemente a credibilidade dos sacerdotes e a grandeza do dom que nos foi confiado. Amargura e sofrimento, confusão e mesmo indignação invadiram o íntimo de muitos cristãos e das pessoas que amam a justiça, a verdade e a coerência de vida. Com humildade, reconhecemos que estamos em tempo de purificação, recordando que, diante do pecado, nos são dados como remédios a conversão, o perdão e a reparação às vítimas; diante do crime, as penalidades da lei civil e canônica; e diante de patologias, adequadas terapias." A CNBB também vai publicar uma declaração da Assembleia Geral sobre a pedofilia.

Fonte: Estadão

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