E os outros mensaleiros?

Estamos vivendo no país da hipocrisia. É bem verdade que a corrupção vergonhosa no governo do Distrito Federal estava merecendo não só a prisão do governador José Roberto Arruda, ex-DEM, mas de todos os envolvidos no uso criminoso do dinheiro público enfiado nos bolsos, nas sacolas e nas meias.
Entretanto, algo de estranho acontece em relação ao processo que pede a condenação dos 40 envolvidos no mensalão do PT, que culminou com a renúncia e cassação dos mandatos de vários líderes do partido e de aliados, a citar os dois principais, José Dirceu e José Genoíno. Este último renunciou ao mandato para ganhar o direito de ser candidato. Foi e se reelegeu. Agora já vai para mais uma reeleição e nada de julgamento e já aparece na mídia todo à vontade.
O país vive ainda momentos críticos do ponto de vista moral, ético e político. A corrupção continua protegida da própria justiça, que engaveta um processo envolvendo 40 figurões ligados ao PT e denunciados pelo relator, ministro Joaquim Barbosa, do STF.
O escândalo do mensalão ocorreu há 5 anos, mas, vergonhosamente, o julgamento dos 40 envolvidos só Deus sabe quando se dará. O mais ridículo é que a grande imprensa, diante do vergonhoso escândalo de Brasília, envolvendo o governador e deputados do Distrito Federal, não cobra do STF o julgamento dos demais mensaleiros.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS), uma das reservas morais da política nacional, foi duro, incisivo e enfático: “O país vive seus piores dias da história, com a mais vil corrupção em todos os setores, cobrando da Justiça mais empenho para o combate a tanta corrupção em todos os setores da vida pública do país.” Simon cobrou das autoridades judiciárias que já está na hora de afastar os corruptos da vida pública e alijá-los do processo político do país, para o bem do povo e da nação.
O que estão fazendo hoje com o governador de Brasília já era para ter sido feito, da mesma forma, com todos aqueles envolvidos no escândalo do mensalão do PT, que começou dentro do Palácio do Planalto, passando pela cúpula do Partido dos Trabalhadores, com ramificação pela Câmara dos Deputados. A impunidade é uma vergonha. (Colaborou Tomaz Teixeira)

Por Zoźimo Tavares