Vejam bem o que disse o Sr. Helson Braga, presidente da Associação Brasileira de Exportação, segundo matéria assinada por Andréa Margon, publicada ontem (11/12) no site da Abrazpe.
O Sr. Helson foi o técnico que esteve no mês passado reunido com o grupo de trabalho que cuida da instalação de nossa ZPE, segundo foi amplamente divulgado em vários sites.
Pelo que entendi, ele é contra a idéia que norteou o Presidente Sarney na criação de nossas ZPEs e critica a legislação que determina que elas devam ser implantadas nas regiões menos desenvolvidas, com o objetivo de gerar emprego e renda para melhorar o nível de vida dessas populações.
Aliás, a posição do Sr. Helson é a mesma que era defendida pela indústria e pelos políticos sulistas, principalmente pelos paulistas, desde que surgiu a idéia da criação das ZPEs no norte e nordeste brasileiros. Leiam na internet “ZPE no Brasil: fora do tempo e lugar” – notas e comentários, da autoria de José Serra, atual Governador de São Paulo e futuro canditado à Presidência da República, publicado na Revista de Economia Política, volume 8, n° 4, outubro/dezembro de 1988.
O Sr. Helson chega a afirmar, sem rodear nem disfarçar, que, dentro do princípio sonhado por Sarney e de acordo com a legislação, somente teremos ZPEs no Acre e no Piauí. Fico pensando – tomara eu esteja errado – se a citação de nosso estado não teria sido mais um deboche que os sulistas gostam de fazer com nosso querido Piauí.
O técnico, segundo a articulista, acha que, para a instalação de uma ZPE, é necessário ter logística e infraestrutura eficientes. Quer dizer, já ter porto, aeroporto, rodovias, ferrovias, hidrovias, armazéns, bons transportes, pessoal preparado, equipamentos, informações etc. Então, somente o “primeiro mundo” poderá ter Zona de Processamento de Exportação. E ele é bem claro ao afirmar que se pode até construir uma ótima ZPE na Caatinga, mas ninguém vai se instalar lá.
Como o Sr. Helson parece ser o orientador de nossas autoridades para o assunto da instalação da ZPE-Parnaíba, talvez seja por isso que ela patina, patina e não sai do lugar. E se sair, será por milagre ou esmola.
Mas que ela venha assim mesmo, desde que crie muitos empregos para os piauienses, que ajude no nosso desenvolvimento com o aproveitamento de nossas riquezas, reduza os desequilíbrios regionais e promova nosso desenvolvimento econômico e social e, sobretudo, nos ajude a sair da eterna pobreza.
Acho que, para conseguir a realização desse sonho, teremos de imitar o Flamengo na recente conquista do campeonato brasileiro: trocar de técnico e aproveitar a “prata da casa”, pois temos muitos “andrades” entre nós. E muito cuidado com a “mala-branca”, pois nem sempre o jogo é ganho apenas no campo.
Gennes Rocha – DF 12.12.09.
CF Art.5°/IV-“é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.”
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