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O delegado regional de Parnaíba, Williams Pinheiro, informou que a Polícia Civil aguarda a emissão de laudos que vão apontar de onde partiu o tiro que matou Maria Letícia Santos Costa, de 23 anos, que era funcionária de uma loja de celular e jogadora de futebol de Ilha Grande de Santa Isabel. Maria Letícia ficou no meio de um tiroteio entre dois suspeitos de assaltos e uma terceira pessoa que ainda não foi identificada. O delegado ainda criticou a audácia dos assaltantes e disse que a vida de uma pessoa não deveria valer o roubo de um celular.
O caso ocorreu na quinta-feira (20), por volta da 11h30, quando os suspeitos Paulo Roberto de Sousa Soares, de 19 anos, e Luís Victor de Sousa Bezerra, de 19 anos, assaltaram uma loja de celular no Centro de Parnaíba. Levando alguns celulares da loja, os suspeitos correram, mas uma pessoa ainda não identificada, fez disparos, o que gerou uma troca de tiros.
Maria Letícia que trabalhava em outra loja de celular foi atingida com uma bala perdida, e morreu ainda no local. Outra mulher também foi atingida de raspão no joelho. O suspeito de assalto, Paulo Roberto foi atingido com um tiro e morreu no local. Já o outro suspeito foi baleado e socorrido, e já está preso.
Foto: Darival Júnior
O delegado regional de Parnaíba, Williams Pinheiro, informou que a polícia apura se foi um segurança de loja que revidou o assalto. A Polícia Civil agora vai esperar um laudo de recognição visuográfica e perícia do local de crime que devem apontar se foram os suspeitos que fizeram os disparos que atingiram Maria Letícia.
Outro ponto da investigação é identificar se o suspeito foi um policial, que estaria trabalhando como segurança, ou se foi um segurança com porte de arma.
“Eles foram roubar celulares, e quando saíram da loja, alguém reagiu. Tudo indica que foi um segurança de loja, mas não sabemos se civil ou militar. Houve confronto entre eles, e na troca de tiros um morreu e outro baleado. Infelizmente na troca de tiros, um atingiu uma moça que trabalhava na loja do centro. Os investigadores foram ao local, fizeram a recognição visuográfica para entender a dinâmica, e também foi feita uma perícia do local de crime. Vamos esperar esses laudos para entender como aconteceu, e se foram os disparos dos suspeitos que atingiram a moça”, disse o delegado.
O segurança que agiu na troca de tiros ainda não se apresentou. “Não identificamos ainda essa pessoa, e ela também não se apresentou, mas é questão de tempo, pois estamos fazendo os levantamentos, principalmente tentando imagens de segurança da região”, destacou.
O delegado Williams Pinheiro lamentou o falecimento de Maria Letícia e afirmou que os suspeitos foram audaciosos de realizar um assalto, em uma região com bastante seguranças e policiamento. Disse ainda que o roubo de um celular não deveria valer a vida de uma pessoa.
“Essa situação mostrou que a vida de uma pessoa não vale nada para um criminoso. Em plena 11h do dia, fazer um assalto em uma região onde tem muitos seguranças, viaturas, então até ele [suspeito], também trocou a vida dele por um celular. Eles já foram sabendo que iria ter um embate com algum policial, principalmente naquele horário. Infelizmente essa moça foi atingida. O roubo de um celular não deveria valer a vida de uma pessoa, foi um absurdo que isso tenha acontecido”, lamentou.
Ele ainda destacou que quem compra produtos de receptação, está alimentando a ocorrência desse tipo de crime.
“Não era para existir mais crimes de roubo de celular, mas de certa forma isso acontece porque tem um receptador para comprar. Diariamente recuperamos produtos roubados, mas aquele cidadão que compra um celular ou uma TV mais barata, está alimentando o roubo e o furto. Pode ser até um cidadão que está querendo comprar algo mais barato, mas acaba se tornando um criminoso porque é um produto roubado e está alimentando esse mercado. Nós da polícia prendemos e apreendemos diariamente produtos, temos tecnologia e fazemos trabalho de investigação para identificar e localizar esses produtos, então não adianta comprar porque vamos recuperar”, destacou.
Segundo o delegado regional, o suspeito que morreu, Paulo Roberto, foi autuado em dezembro de 2021 por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, mas conseguiu uma liberdade provisória e teria voltado a praticar crimes. Já Luís Victor não tinha sido preso, mas era algo de investigações por assalto. Agora foi pedida a sua prisão preventiva.
Maria Letícia era jogadora do time de Ilha Grande de Santa Isabel. Ela integrava o clube há cerca de dois anos e morava no bairro Vermelho.
Bárbara Rodrigues
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