Sem mandato desde fevereiro do ano passado, o ex-deputado Heráclito Fortes mantém uma relação estreita com o núcleo do poder em Brasília. E o cenário para esse encontro é o mesmo utilizado para outras articulações políticas: a “Quinta sem lei”, um nome jocoso criado pelo próprio Heráclito para batizar o almoço que faz em sua casa do Lago Sul, quando reúne políticos que chegam com hora marcada mas não têm hora para sair.
O grupo já foi importante nas articulações que levaram ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Agora, boa parte dos integrantes está sem mandato. Mas segue perto do poder. Costuma fazer parte da "Quinta sem lei" nomes como Benito Gama, José Carlos Aleluia, Pauderney Avelino e Danilo Fortes. O ministro Onyx Lorenzoni era um frequentador assíduo, mas agora tem presença um pouco mais esporádica. Há ainda um grupo de jornalistas que se alternam na "Quinta sem lei", sempre em busca de informações privilegiadas.
Fonte é o que não falta.
Casa foi sede do G-8 pelo impeachment
Nos meses que antecederam o impeachment de Dilma Roussef, a casa do então deputado Heráclito Fortes se transformou em sede de um grupo que trabalhou intensamente pela saída da presidente. O grupo era conhecido como G-8, embora tivesse bem mais que 8 integrantes. O nome era uma referência à cúpula mundial que reúne os mais poderosos governantes do planeta. No G-8 do Lago Sul de Brasília estavam alguns dos mais poderosos do Congresso e da Nação.
Esse grupo tinha os fixos, além do próprio Heráclito: Benito Gama (PTB-BA), José Carlos Aleluia (DEM-BA), Raul Jungmann (PPS-PE), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pauderney Avelino (DEM-AM), Mendonça Filho (DEM-PE), Júlio Lopes (PP-RJ), Danilo Forte (PSB-CE), Carlos Marun (PMDB-MS), Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), Tadeu Alencar (PSB-PE). E alguns convidados especiais, como o economista Armínio Fraga.
A lista atual é menor. Mas segue no centro do Poder.
Por Fenelon Rocha/Cidadeverde.com