A morte do jornalista Egídio Brito gerou comoção não só no Piauí, mas repercutiu nacionalmente. Grandes portais do país noticiaram o falecimento dele, aos 32 anos, após uma semana internado em Teresina.
Uol, Bol e o site da Contigo forma alguns sites que repercutiram a morte do jornalista,segundo declaração de óbito, por Meningite Viral nesta sexta-feira (04/10) no Hospital São Marcos. O enterro aconteceu neste sábado (05/10) no Cemitério Santa Cruz, no bairro Promorar, Zona Sul de Teresina.
Pai comenta os últimos momentos
Em conversa com amigos e jornalistas na noite desta sexta-feira (04/10) durante o velório de Egídio Brito na Pax União, Centro de Teresina, o pai do jornalista revelou que o jovem começou a apresentar reações após ser vacinado contra o Sarampo.
Francisco Brito disse que Egídio teria feito uma reportagem sobre a importância da vacina e lá teria se vacinado, na terça-feira da semana passada, depois começou a apresentar diversas reações.
O pai disse que no outro dia Egídio começou a passar mal, com as mãos inchadas, ele procurou o hospital, mas foi liberado. Na sexta-feira (27/10) acordou muito mal e cedo foi ao hospital, com muita dor no peito, na cabeça e na perna.
O pai contou que Egídio foi internado, medicado, mas em certo momento acordou muito alterado, com muita dor de cabeça, arrancando as medicações da veia, momento em que lhe foi aplicado tranquilizantes. O jornalista nunca mais acordou.
Egídio chegou a ter parada cardíaca, e não saiu mais do coma. Foi ai que as suspeitas de Meningite foram levantadas, mas o diagnóstico nunca foi confirmado.
Francisco Brito disse que não pode afirmar que o Egídio morreu por causa da vacina, e nem quer fazer alarde, pois considera a vacina importante, e salva vidas, mas foi um fato que ele constatou, as reações, que considera um 'gatilho' para o quadro que levou o jornalista ao óbito.
Familiares e amigos se despedem
O corpo do jornalista Egídio Brito é velado na Pax União, em Teresina, onde familiares, amigos e colegas se despedem e relembram com carinho do jovem que teve a vida marcada pela alegria.
Ainda comovidos, familiares não escondem a emoção com o falecimento do jornalista. Colegas de profissão recordaram com carinho os momentos com vida de Egídio.
Francisco Brito, pai de do jornalista, conversou com amigos e familiares durante o velório e agradeceu o apoio que receberam. "É nessas horas que conhecemos os verdadeiros amigos", disse.
"É muito triste perder um filho assim sem saber o que houve", disse o pai sobre a falta de um diagnóstico preciso sobre o óbito do jovem.
Vinicius Bráulio, primo de Egídio, falou ao 180 sobre o legado que ele deixa.
"O maior legado que o Egídio vai deixar é o exercício dele. Não é surpresa para ninguém, ele fazia o que ele gostava. Desde criança ele queria ser jornalista e conseguiu, passar por todas as televisões, fazendo a história profissional dele. O que ele vau deixar de mais especial é isso, não só os amigos, mas toda a família torcia muito para que isso acontecesse. Cada vitória dele era uma vitória nossa também", disse.
"Esse momento é um momento devastador para a família, porque nós estávamos muito esperançosos com a recuperação, tanto que houve a transferência para que nós tivéssemos uma mudança no quadro clínico dele, que infelizmente não houve. O momento é de muita tristeza, acho que é um momento para a gente entender essa passagem dele. Vai fizer o que ele fez de bom, a saudade da ausência física dele, mas é um momento de muita dor para a família e os amigos dele", concluiu o primo.
Morte por Meningite Viral
O 180graus teve acesso à declaração de óbito do jornalista Egídio Brito, que aponta que sua morte foi em consequência de uma Meningoencefalite Viral.
Egídio também teve um edema cerebral e uma insuficiência renal aguda, resultando na sua morte, no Hospital São Marcos, no Centro de Teresina.
A declaração foi assinada pelo médico cardiologista Antônio Luiz do Nascimento e o horário do óbito foi por volta de 16h.
Falecimento aos 32 anos
O jornalista da TV Meio Norte Egídio Brito faleceu na tarde desta sexta-feira (04/10) após uma semana internado em Teresina.
Ele passou mal na última sexta-feira (27/09) e ficou internado inicialmente no Hospital Unimed Primavera com suspeita de Meningite, mas a a família havia descartado o diagnóstico.
Como a família não autorizou a divulgação do seu estado de saúde pelo hospital, o Grupo Meio Norte chegou a divulgar sua morte no último domingo (29/09), mas no mesmo dia a família desmentiu a informação.
Egídio foi transferido esta semana para o Hospital São Marcos, onde morreu após alguns dias.
O jornalista morreu após um edema cerebral e sofrer insuficiência renal no Hospital São Marcos. Familiares mais próximos se despediram dele e os aparelhos foram desligados. A morte foi por volta de 16h.
Conheça sua trajetória
Por oito dias o Piauí se comoveu com a luta do jornalista Egídio Brito pela vida. Luta esta que chegou ao fim nesta sexta-feira (04/10) com a confirmação da morte de um profissional que, apesar de pouco tempo de carreira, acumulou muita experiência e amigos por onde passou.
Egídio Brito trabalhou nas principais emissoras de TV do Piauí: TV Clube, TV Cidade Verde, TV Antena 10 e por último, na TV Meio Norte.
Egídio sonhava em ser jornalista desde criança, quando assistia o Jornal Nacional e ensaiava com um microfone imaginário feito de cano de PVC suas primeiras reportagens na frente do espelho. Ele tinha no pai, que acompanhou incansável sua internação, seu maior incentivador.
Em 2015 o Portal P8 fez uma entrevista com o jornalista e divulgou o início da carreira carreira, confira:
Egídio começou sua carreira estagiando na Meio Norte, mas antes de chegar lá, ele passou pelo portal Clica Piauí aonde encabeçou um blog e postagens regulares. Na Meio Norte ele passou pela produção do programa de auditório 'Sabadão', mas logo em seguida seguiu para o jornalismo. Chegou a apresentar o 'Informe Meio Norte' e chegou a ser o apresentador titular do esportivo 'Olé'. Em 2013, seguiu para a TV Antena 10 aonde trabalhou com reportagens, e foi por lá também que ele começou a trabalhar como profissional tendo DRT tanto para jornalista quanto radialista. Brito é um dos poucos que conseguiu a façanha de 'experimentar' da adrenalina das quatro principais emissoras do Estado: TV Meio Norte, TV Antena 10, TV Clube e TV Cidade Verde (atual). E com tanta experiência vivida em tão curto espaço de tempo, é claro que ele tem muita coisa para contar pra gente.
Confira a entrevista concedida ao Portal P8 em 2015:
Como foi que descobriu sua paixão pelo Jornalismo?
Eu adorava assistir o Jornal Nacional com o meu pai, ficava fazendo perguntas a ele, eu era muito curioso. Daí comecei a prestar atenção nos repórteres e queria ser um deles, então inventava microfone com cano de PVC e ficava na frente do espelho brincando de ser repórter. Também brincava de ser apresentador, mas queria mesmo ser repórter. Sempre fui apaixonado por televisão.
Quem foi seu maior incentivador?
O meu maior incentivador foi o meu pai, ele viu essa vontade em mim e sempre acreditou que seria possível. Quando apareci a primeira vez na TV foi ao vivo ( Informe Meio Norte) , eu estava muito nervoso e minutos antes de entrar no estúdio liguei pra casa , então ele disse pra eu ficar calmo e colocar em prática tudo aquilo que eu havia treinado na frente do espelho quando criança. Eu chorei na hora!!!
Se pudesse retornar ao passado e mudar algo, o que mudaria?
Nadinha! Tudo foi muito intenso, as coisas aconteceram muito rápido pra mim, as oportunidades surgiram e eu meti a cara sem medo. Apesar da torcida contra de alguns colegas na época que comecei, tudo deu certo, fui mais forte e aos poucos venho conquistando meu espaço.
Como é o dia-a-dia de um jornalista?
Depende do jornalista. Repórter de TV é uma montanha russa, há dias que é de muito trabalho, outros que não. No meu caso trabalho à tarde, mas de casa fico na Internet acompanhando o que está acontecendo no mundo e, principalmente no nosso Estado, geralmente o que de mais relevante acontece no início do dia, vai repercutir à tarde, então leio tudo pra fazer uma boa cobertura à tarde. Mas a vida de repórter de TV é muita ralação.
O que mais te satisfaz em sua profissão?
Poder ajudar pessoas. Já vi muita gente ser ajudada por meio de uma reportagem exibida na TV. É o mais gratificante.
Qual a característica fundamental para ser um jornalista?
Ter talento e depois muita raça pra realizar o trabalho. Tem gente que sonha em ser jornalista só pra ficar famoso, pensa que é uma brincadeira, mas quando se depara com a realidade desiste facilmente. Acordar cedo, dormir tarde, está disponível aos sábados e domingos ou a qualquer hora pra cobrir um fato não é pra qualquer um. Muitos sonham com o reconhecimento, mas poucos conseguem, pois de fato não tem compromisso com a profissão.
O que você considera mais difícil na carreira de jornalista?
Eu não vejo muita dificuldade não. Se você é uma pessoa que gosta do que faz tudo acontece de forma natural.
Qual foi o momento mais marcante da sua carreira?
A minha carreira ainda é muito recente, são três anos apenas de televisão, mas tive a oportunidade de trabalhar nas quatro maiores emissoras do Estado e em cada uma delas eu vivi e vivo algo especial. No Meio Norte, ter apresentado alguns programas da casa foi muito bom. Na Antena 10 ter emplacado matérias nacionais e até participação ao vivo no telejornal da Record, foi maravilhoso. Na TV Clube tive uma noção do que é fazer jornalismo de qualidade, com compromisso. E na TV Cidade Verde eu me realizado e aprendo todos os dias, pois tenho a oportunidade de participar de todos os telejornais da casa, com o incentivo da minha diretora ( Nadja Rodrigues) desempenhando aquilo que quero ser, um bom repórter!