Já dizia Yoko Ono (ex de John Lenon): “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado juntos é uma realidade”. Assim parece ser a Cidade. Permeada de muitos (imensuráveis) desafios, disputas, dilemas, mas, sobretudo de esperança, esforço, resiliência, perseverança, fé nas pessoas, nas instituições, no ordenamento jurídico, no Estado de direito. Crença que de uma pequena fresta poder-se-ia abrir uma porta: um espaço plural, democrático, republicano, de direito, que contemplasse a diversidade de opiniões e a pluralidade de ideias. Assim, se é que há de se falar em ideologia, parece seria e é o que se tenta construir nesse espaço.
Acertos, erros, dúvidas e aprendizados, apoios e também oposições, adesões, divergências e até repressão. Sabíamos todos nós, desde o inicio, nunca seria ou será tão fácil nem perfeito, mas é um começo, principalmente quando se põe a “cara-a-tapa” e, na contramão das práticas tradicionais da comunicação aparelhada e institucionalizada, tenta-se produzir jornalismo participativo (popular) e ainda de opinião. Amor e ódio parecem permear a mais humana das liberdades constitucionais: a de expressão. Essa que parece só interessar quando carregada de bajulação, de mimos e “puxa-saquismos” ou nas urnas, na hora de interessar aos interesses pessoais em detrimento interesses públicos, comunitários, dos cidadãos comuns, servos das mesmas pessoas comuns (assim deveria ser) que eleitos passam a representar-nos nas esferas estatais.
A palavra dita incomoda não obstante ser fato. A inteligência, a criatividade, o bom gosto, a paixão o zelo, o cuidado, o carinho o esmero, até a boa vontade e o desejo de inovar, de oferecer algo novo, atiça a ira ao tempo que também desperta a curiosidade, o interesse, a atenção, a audiência de quem sabe se dar ao direito de experimentar e construir, de viver algo novo. Não temos medo. Somos gente comum, tentando fazer diferente e não pessoas diferentes querendo fazer o comum.
Mas hoje quero lembrar da Cidade. De ambas mesmo. Desta que habitamos e amamos e da que queremos construir juntos e sempre voltados para o bem comum.
Nós, homens ricos ou pobres, nobres ou plebeus passaremos, elas não. A história vai contar tudo isso que hora protagonizamos e escrevemos com sangue, suor e lágrimas, dentro do caos, da contradição que é a vida social pública ou privada. Por vezes confundida por equivoco ou descuido, por falta de atenção ou excesso de emoção, mas, sobretudo por inexperiência típica de quem tenta acertar, e o aprendizado é cruel e empírico, experimental e imprevisível. Não creio jamais que inconsequente ou irresponsável ou fruto do desleixo. Não é para esse rumo que estamos caminhando, precisamos evoluir e crescer e às vezes custa caro.
A Rádio Cidade não é mais uma. Todas são próprias e únicas. A cidade é o que a dedicação e o cuidado podem construir. Afinal, comunicar faz parte da ontologia do ser social e é condição sine qua non, para definir homem dos demais animais. É um espaço para novos talentos e também de valorização dos talentosos e históricos comunicadores. É espaço de informação, de denuncia, de cobrança, de opinião, de entretenimento, de debate, de religiosidade e fé, de esporte e lazer, de cultura e arte e acima de tudo de construção da equidade, da justiça social, do interesse publico, da profissionalização e oportunidade de novos e velhos sempre voltados para os princípios de construção da cidadania plena.
Estamos em processo e nunca estaremos prontos, mas sempre estaremos abertos as criticas e sugestões que possam contribuir com a efetivação do que é proposto e idealizado constitucionalmente e na lei da radiodifusão comunitária brasileiras como espaço democrático para discussão de temas de interesse social.
Registre-se aqui nossa gratidão a todos que fazem a Rádio cidade de Parnaíba.