Se fosse uma pessoa, essa
questão do transporte público em Parnaíba já estaria em condições de prestar o
exame do Enem e dentro de mais alguns anos estaria concluindo um desses cursos
de graduação. Se fosse uma mocinha estaria neste momento dançando num baile de
debutantes. Se é que ainda existe essa coisa de mocinhas inocentes sonhando com
príncipe encantado. Se fosse um rapazinho, estaria servindo ao Exército.
Os rapazes de hoje vivem
se iludindo com a saúde e o corpo perfeito dentro dessas academias, mas são
incapazes de procurar uma coisa pra fazer e ocupar a cabeça com
responsabilidade. Preferem a vida de ilusão de que tudo é fácil, o papai e o
governo facilitam tudo e ficam brincando o dia inteiro com um celular de
tecnologia de ponta, desses ditos de última geração e uma motocicleta pra andar
com a bunda em cima. Tendo isso a vida está ganha.
A vida está tão fácil pra
essa gente, essa nova geração de Parnaíba, que eu fico aqui comigo pensando
como é que aqueles estudantes que estão todos os dias ali na praça de Santo
Antonio esperando um transporte pra voltar pra casa não reclamam de nada.
Daquela situação humilhante e sem precedentes de ficar debaixo de um pé de pau,
na chuva ou no sol a pino. Eu nem falo aqui da população dita comercial e de
serviços, aquela que vai ou vem do centro todos os dias.
Faz mais ou menos uns
quinze a vinte dias, talvez um mês, eu tive o cuidado de ler, reler, treleler
uma matéria em que o superintendente de Transportes e Trânsito de Parnaíba,
Maurício Pinheiro Machado Júnior, falava sobre a atuação e atribuição de sua
pasta, os desafios que tem pela frente e tudo o mais. Falou sobre recursos,
projetos, sinalização horizontal e vertical, acidentes, pessoal da guarda
municipal, frota de veículos. Eu corri o olho de ponta a ponta na matéria e não
enxerguei nada sobre esta questão do terminal de passageiros.
Questão que se aproxima
do insuportável pra mim e pra muita gente. Meu Alá do céu! Me diga se isso é
mentira. Se for verdade me esclareça por favor. Já vamos pra uma pá de tempo
que o prefeito da época, Paulo Eudes Carneiro, resolveu por recomendação de seu
secretário de obras e outros técnicos, demolir o abrigo e a praça do terminal
de passageiros ali na praça Lima Rebelo. Na promessa de em pouco tempo se
construir outro mais moderno e seguro.
No lugar mandou fazer e
inaugurou debaixo de banda de música uma tal de praça dos Poetas. Como se poeta
vivesse pedindo praça pra ser lembrado. Ora e veja meu senhor! Hoje a tal praça
está lá. Virou ponto de parada de drogados, marginais, bêbados e toda sorte de
gente de rua. Ultimamente abriga um restaurante a céu aberto, desses de
churrasquinho, estacionamento de motos, barracas de produtos piratas e de
frutas, artesanato e até de venda de redes de dormir.
O tempo passou e foi
passando. Dois políticos estiveram na chefia da prefeitura ali na rua Itaúna.
Um deles, o Zé Hamilton Furtado Castelo Branco, passou oito anos! O seu
sucessor, Florentino Neto passou mais quatro anos. Doze anos! Doze anos é muita
coisa! Nenhum dos dois resolveu ou tentou resolver esta quase vintenária
questão do transporte coletivo e do terminal de passageiros.
Mão Santa, se não quiser
ter dor de cabeça pela frente e sair daqui a quatro anos por cima, entre outras
coisas pra fazer tem essa do transporte coletivo e o terminal de passageiros. E
é urgente porque eu estou é aperreado. Porque ficar esperando as vans ou os
poucos exemplares de ônibus debaixo de um pé de oiti na praça de Santo
Antonio já está no limite da paciência.
Aliás, um bom nome pra um terminal de passageiros.