Por: Pádua Marques (*)
Neste aniversário de Parnaíba bem que esta cidade poderia receber de alguns de seus filhos, mais que desejos de prosperidade e desenvolvimento. Poderiam estes mesmos parnaibanos que têm poder de mando e de recursos passar da palavra à ação. Estes mesmos parnaibanos que em algumas situações exerceram mandatos e ainda podem influir para certas coisas bem que poderiam agora e sem tardança fazer um exame de consciência. Trabalhar mais pra cidade e pelo seu povo.
Parnaíba está chegando aos duzentos anos dentro de mais algum tempo. Esta geração de políticos que neste momento está no poder ou à procura dele é a mesma de há trinta e poucos anos. Uma casta que se fossilizou e porque se fossilizou não tem mais viço. Está feito aquele osso chupado por um cachorro velho desdentado, babão e pulguento. A Parnaíba não suporta mais conviver com a geração que tem esse pessoal fazendo de um tudo pra manter esta cidade atrasada e igual ao quintal da casa deles.
Aquele quintal onde da cozinha se joga, melhor dizendo e como diria gente mais antiga, se rebola aquilo que não presta. Parnaíba deixou de receber nestes últimos anos e perto de seu aniversário, somente pra ilustrar, dois presentes há muito prometidos: um porto em Luiz Correia e mais recentemente uma vila olímpica. Pode até parecer coisa repetida ficar falando de obras que foram exaustivamente prometidas, calculados seus custos, iniciadas e tudo acabou com a gata comendo.
Porto (?)
Neste momento, se não fosse a roubalheira e a falta de prestígio de nossos políticos em Brasília o tal porto de mar piauiense na cidade vizinha de Luiz Correia estaria dando um momento novo em nossa economia. Todos os outros equipamentos logísticos, a exemplo da Zona de Processamento de Exportações, estariam tendo realmente uma utilidade e razão de existência. Isso sem contar com a manutenção da capacidade de exportação de nossos produtos para o mercado internacional há mais tempo.
O outro equipamento que deixou a Parnaíba neste momento fora do tempo foi a conclusão e instalação da Vila Olímpica. Certo que um equipamento voltado ao esporte e à formação de atletas. Mas independente disso serviria quando pronta e em atividade pra realização de eventos de grande porte. Colocaria Parnaíba numa posição de relevo e traria na carona outros investimentos. Mas a cidade que todos cantam como o melhor lugar pra se morar e viver ainda necessita de algumas atividades básicas.
A inacabada Vila Olímpica
Bom seria se nesse seu aniversário Parnaíba conseguisse pelo menos unir suas lideranças pra um momento futuro maior. Que minha geração certamente não deve alcançar em toda a sua plenitude. Mas as próximas gerações, mais fortalecidas, possam se orgulhar e agradecer amanhã ou depois de amanhã que receberam de nós estes e tantos outros presentes. Porque se existe coisa mais triste num aniversário, além da falta daqueles que nos fazem bem companhia é esperar um presente que se contava como certo.
(*) Pádua Marques é jornalista e escritor