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- Ah, se os ex-secretários colaborassem...O então engenheiro-fiscal das obras do Porto de Luís Correia, Anderson Castelo Branco Lopes, em “termo de reinquirição” junto à Polícia Federal, tomado pelo delegado Albert Paulo Sérvio de Moura, disse que não sabia dizer para quem eram destinados os 5% do dinheiro desviado das obras.
Pelas informações do delator, de cada parcela paga pelo Estado ao consórcio STAFF/Paulo Brígido, "8% do valor era destinado ao superintendente de obras, ao secretário de transportes e a outras autoridades do Estado, que não sabe nominar". E que algumas dessas informações seriam recorrentes dentro da Secretaria de Transportes.
Também que 1% seria para ele próprio, como superintendente de obras – mas que recusou, 2% seriam para os secretários de Estado dos Transportes.
Mas “que não sabe dizer para quem seriam destinados os outros 5 por cento”.
APÓS MUDANÇA DE GOVERNO TERIA CONTINUADO A OPERAÇÃO
Ainda segundo o depoimento do engenheiro-fiscal, com a mudança de governo houve mudanças na organização, mas dá a entender que o suposto cabeça, o advogado Alexandre de Castro Nogueira - réu na ação penal e que tentou anular a delação - continuaria a controlar os atos não republicanos.
"Que em julho de 2010, com a mudança do governador do Estado, houve mudanças também na equipe da Superintendência de obras; Que em agosto de 2010, assumiu formalmente a função de Superintendente de Obras da SETRANS; Que mesmo após deixar o cargo de secretário de Transportes, Alexandre de Castro Nogueira continuava a frequentar diariamente a SETRANS, na maioria das vezes para assinar documentos pendentes".
A REVELAÇÃO"Que em uma dessa oportunidade, Alexandre de Castro Nogueira entrou na sua sala e afirmou que Heitor Gil Castelo Branco queria transferir o percentual de pagamento destinados às autoridades estaduais, dentre elas o Secretário de Transportes e o Superintendente de Obras; Que nessa oportunidade, Alexandre de Castro Nogueira afirmou que, para cada pagamento destinado ao Consórcio Staff-Paulo Brígido, 1% caberia ao Superintendente de Obras, e mais 2% seriam do Secretário de Transportes; Que, segundo Alexandre de Castro Nogueira, seria justo que esse valor de um por cento continuasse com o Superintendente de Obras, no caso o declarante, e não com o Diretor de Obras, como queria Heitor Gil Castelo Branco", acrescenta o depoimento.
PAGAMENTOS À EMPRESA SUPORTESegundo os documentos da Polícia Federal, que estão nos autos da ação penal que tramita na Justiça Federal com 12 réus, o delator Anderson afirma ainda:
“Que também foram realizados pagamentos à empresa de engenharia Suporte pela elaboração do projeto executivo da obra do Porto de Luís Correia; Que esses pagamentos foram realizados por intermédio do consórcio Staff-Paulo Brígido; Que formalmente, não havia relação entre a empresa Suporte e as obras do Porto de Luís Correia; Que no entanto, foi essa empresa que de fato realizou o projeto executivo (...).
- Veja abaixo alguns trechos das revelações do engenheiro-delator.
Por Rômulo Rocha
Enviado a Parnaíba e Luís Correia/180GRAUS