Em Teresina o 5º, 6º, 1º e 8º Batalhão de Polícia Militar aderiram ao movimento. Os Batalhões em São João do Piauí, Piripiri, São Raimundo Nonato e agora o 2º Batalhão de Polícia Militar, em Parnaíba também aderiram à causa.
Entre algumas das reivindicações dos policiais militares estão: melhores condições de trabalho, acordos trabalhistas não cumpridos, incorporação do adicional de periculosidade, cursos de capacitação para motoristas de viaturas, coletes a prova de balas.
“Estamos parando no batalhão, todas as viaturas da polícia militar em Parnaíba, porque estão irregulares, como é que o Estado coloca uma viatura para rodar, ilegal? Quer dizer que o cidadão pode emplacar o seu carro e a Polícia Militar não pode? As nossas motocicletas não têm placa, não tem sirene, os piscas queimados, pneus carecas, nossos policiais não são qualificados para dirigir uma viatura da polícia, porque não tem treinamento, não tem um curso próprio para isso, e o mais absurdo, ele tem que ser graduado. Na legislação um soldado não pode dirigir uma viatura, porque não tem um curso e não é graduado”. Relatou o Cabo Agnaldo, Presidente da Associação de Cabos e Soldados
A primeira concentração dos policiais militares aconteceu no Balão do Mirante, na Avenida São Sebastião, de lá, as viaturas seguiram para o 2º Batalhão, localizado no conjunto Joaz Souza.
“Mais de 50% das viaturas da Polícia Militar são locadas, dando dinheiro para aquelas pessoas que são no mínimo parente de coronéis, isso também é inadmissível, não iremos aceitar mais isso! Nosso movimento começou na quarta-feira (25), com o tolerância zero, na central de flagrantes em Teresina e estamos agora no interior. Só iremos parar o movimento quando o Governador Wellington Dias sentar com a gente, mandar nossas leis e projetos para a Assembleia, votar e ele sancionar, porque nós não aguentamos mais sermos escravos de um estado que não liga para a segurança pública.
Temos um secretário de Segurança Pública que nos traiu, passou três meses nos enganando, dizendo que ia interceder junto ao comando da polícia e ao governo do Estado e, ele nos traiu, o Secretário de Segurança Fábio Abreu traiu a Polícia Militar a qual ele pertenceu há muitos anos e hoje pra nós ele não é mais um policial militar, ele é político que serve aos ensejos do Governo do Estado e da Presidente do Brasil”. Desabafou Cabo Agnaldo.
Os portões do 2º BPM, foram fechados logo após a chegada do Presidente da Associação, sendo permitida apenas a entrada das viaturas. Pouco mais de 30 minutos após a chegada das primeiras viaturas que aderiram ao movimento, o Comandante do Batalhão, o Major PM Adriano Lucena, também chegou ao local, à paisana e em um veículo particular, o Major conversou por mais de uma hora com os policiais aquartelados.
Segundo o Presidente da ABECS, Cabo Agnaldo, houve uma tentativa de intimidação por parte do Major, contra os policiais que aderiram ao movimento. Ainda segundo o cabo, houve a tentativa por parte do Major Lucena em colher assinaturas dos policiais presentes em um documento, o que não aconteceu. Os policiais do 2º BPM continuam aquartelados, todas as viaturas estacionadas com giroflex ligados, e atenderão somente ocorrências consideradas graves. O Major Lucena deixou o quartel pouco depois das 22h e não falou com a imprensa.
A paralisação dos policiais já começa a surgir efeitos negativos, na cidade de Teresina foram registrados 9 homicídios nesta sexta-feira (27), e no sábado mais dois homicídios. Na cidade de Cocal também na noite de sábado, um homicídio foi registrado.
Por Bruno Santana / Imagens: Bruno Santana, Gleitoney Miranda