"Em geografia denomina-se delta a foz de um rio que se subdivide em vários braços, formando um triângulo como a letra grega que dá nome ao fenômeno", diz a leitora Ana Beatriz Serpa, para introduzir o seu relato, ao site G1, sobre o Delta do Parnaíba, uma paisagem na divisa entre o Maranhão e o Piauí em que dois ambientes travam um "duelo ambiental".
"A paisagem do Delta é formada por mangues e dunas disputando espaço nas ilhas. É possível ver a luta entre os dois ambientes alterando a paisagem continuamente", conta a internauta de Brasília, de 28 anos, que visitou o lugar em junho deste ano. Ela explorou o lado maranhense da região.
"Quando a areia toma conta do mangue, este vai secando aos poucos e as árvores vão morrendo sufocadas. Tem-se a impressão de que houve uma queimada ou o corte das árvores. Quando as variações de maré inundam uma duna, aos poucos a vegetação vai tomando conta e transformando-a. E essa luta garante que a paisagem continue sendo formada por dunas e mangues."
O Delta do Parnaíba faz parte da chamada "Rota das Emoções", que ainda inclui os Lençóis Maranhenses e Jericoacoara, no Ceará - unidos pela relativa proximidade e pelas belos cenários.
"As correntes e variações de maré também mudam o limite e o formato das ilhas. Em algumas ilhas também formam-se lagoas com a água das chuvas entre as dunas, uma vez que nesta região de divisa dos dois estados, estão os chamados Pequenos Lençóis, o 'outro lado' dos Lençóis Maranhenses."
Duna alagada na Ilha do Caju, no lado maranhense do Delta do Parnaíba (Foto: Ana Beatriz Serpa)
A leitora partiu de Caburé, vilarejo na cidade de Barreirinhas, e foi até Tutóia, onde estão agências de viagem que realizam passeios pela região do Delta. Outra opção é ir pela cidade de Parnaíba, no Piauí.
"No passeio que fiz, partindo de Tutóia, a parada para o almoço e descanso é na Ilha de Coroatá, no restaurante do Neto, que serve uma comida caseira preparada na hora. Eu comi um peixe grelhado preparado na brasa, mas segundo ele o carro-chefe da casa é o camarão no abacaxi. A refeição você escolhe no início do passeio, e quando chega lá já está quase pronta."
"Mas o forte do passeio é o Gran Finale: a revoada dos Guarás. São aquele pássaros vermelhos típicos de região de mangue por se alimentarem dos frutos dali. Quando vivem em cativeiro apresentam a coloração rosa claro, ou seja, a cor da pena está ligado à dieta. No fim da tarde, enquanto o sol se põe, o guia faz uma parada em um igarapé próximo à ilha onde passam a noite. Antes de pousarem para o descanso eles fazem um sobrevoo para certificarem-se de que não há possíveis predadores", conta Ana Beatriz.
Publicado Por: Alex Gomes
Fonte: 180graus
