O município de Alto Longá ( a 76 km de Teresina) será o primeiro do Estado a pedir a exclusão do programa “Mais Médico”. A decisão foi tomada pelo município após ouvir os esclarecimentos de técnicos do Ministério da Saúde, que realizaram vídeo conferência, e palestra presencial nesta quinta-feira (22) com prefeitos e secretários de Saúde do Piauí. Os gestores se frustraram ao saber que a prefeitura terá que bancar parte da presença dos médicos nos municípios.
A secretária de Saúde de Alto Longá, Luciane Leal Sousa, comunicou o prefeito da cidade que irá excluir o município do programa. “É trocar seis por meia dúzia. Não compensa, o município vai arcar com parte das despesas com o salário do médico, por isso esse incentivo do governo federal é fictício”, disse a secretária.
Ela conta que Alto Longá conta com seis médicos que ganham entre R$ 8 mil a R$ 10 mil. E com a chegada do médico do governo federal, a prefeitura terá que bancar com 60% do seu salário.
O vice-prefeito de Amarante, Clemilton Queiroz, que participou da conferência também afirmou que o município vai rever a decisão e poderá desistir do programa “Mais Médico”.
“Os municípios já têm muitos encargos sociais e não está compensando da forma que foi posto o programa”, disse Clemilton Queiroz.
Participaram da vídeo conferência, o secretário de Saúde de Teresina, Noé Fortes e os prefeitos José Joaquim de Sousa Carvalho (Cabeceiras), Ricardo José Gonçalves (Santana do Piauí), Waldélia Sales (Jaicós), Florentino Neto (Parnaíba) e José Araújo Resende (Boa Hora). Além de secretários, vice-prefeitos e assessores da saúde.
Os técnicos do Ministério da Saúde tiraram dúvidas dos prefeitos. Sobre a carga horária, um questionamento unânime dos gestores, o Ministério informou que a carga horária do médico será de 40 h, sendo 32 h trabalhando na unidade básica de saúde e as 8h restantes em atividades de especialização.
O salário será de R$ 10mil e o governo federal dará incentivo de R$ 20 mil para a implantação no município.
A prefeitura bancará moradia, transportes e alimentação. O contrato será de três anos, podendo ser renovado por mais três anos. Os médicos brasileiros irão iniciar os trabalhos no Piauí a partir do dia 2 de setembro. Os estrangeiros somente no dia 16 de setembro.
Os técnicos do Ministério da Saúde deixaram claro que os médicos que não cumprirem a carga horária serão desligados do programa.
No Piauí, 24 médicos aderiram ao programa, sendo um estrangeiro que irá para o município de Bocaina. Dos 224 municípios, 165 cidades piauienses querem médicos e aderiram ao “Mais Médico”.
O Brasil vai receber até 4.000 médicos cubanos até o final de 2013, 400 deles imediatamente, dentro do programa federal Mais Médicos.
Segundo informou o Ministério da Saúde, os profissionais não poderão escolher as cidades em que vão atuar: os primeiros 400 serão direcionados para 701 municípios que não foram escolhidos por nenhum profissional na primeira etapa do programa, 84% deles no Norte e no Nordeste do país.
Flash Yala Sena
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