A edição desta quinta-feira (11) do Jornal O Globo traz o melhor do litoral piauiense, mostrando seus pontos turísticos, opções de passeios, hospedagem e alimentação. Com circulação nacional, o jornal divulga o Piauí em 8 páginas e capa do Caderno Boa viagem.
O jornalista André Teixeira, veio ao Piauí para cobrir o 'Rali Internacional de Veleiros' que aconteceu em Luís Correia durante o período carnavalesco. Demonstrando grande interesse na região, o jornalista ficou mais alguns dias no Estado a convite da Secretaria de Turismo e da Piemtur.
Confira alguns trechos da matéria disponível no site do Jornal O Globo:
http://oglobo.globo.com/viagem/mat/2010/03/10/ao-encontro-das-aguas-no-litoral-do-piaui-916027596.asp
"Nordeste
Ao encontro das águas no litoral do Piauí
Praticantes de kitesurf na praia de Barra Grande, no Piauí/ Foto: André Teixeira
PARNAÍBA - Nos 66 quilômetros do litoral do Piauí, o menor entre os estados do Brasil - para se ter uma ideia, a distância do Leme ao Pontal é de 35 quilômetros - há joias como as praias de Barra Grande, Macapá, Coqueiro e Pedra do Sal. Lagoas como a do Sobradinho e a do Portinho. E, já na divisa com o Maranhão, o Delta do Parnaíba, uma rara formação, na qual o rio se divide em cinco braços, formando um triângulo, antes de alcançar o Oceano Atlântico. Com mangues, lagoas, ilhas e dunas, o delta é a maior atração da região e ponto de partida para a descoberta deste pequeno e ainda pouco conhecido trecho de nosso litoral. Com vento constante, suas praias atraem praticantes de esportes de vela, como o kitesurfe. No interior, há outras atrações a serem exploradas. Algumas pré-históricas. Ou extraterrestres, para os mais sugestionáveis.
O Delta do Parnaíba é um bom lugar para começar a descobrir o litoral do Piauí. Único das Américas em mar aberto, ocupa uma área de 2.700 km, e pode ser explorado de chalana - barco que leva até 90 pessoas e geralmente serve refeições - ou numa voadeira, com capacidade para cinco passageiros. Mais rápida, a voadeira é melhor para quem quer conhecer o rico ecossistema da região, com mais de 70 ilhas que abrigam jacarés, caranguejos, macacos, garças e outros tipos de aves. Dependendo da maré, é possível esticar o passeio até a Ilha do Caju, no Maranhão, para ver a revoada dos guarás, que no final da tarde colorem de vermelho vivo o céu e as árvores.
As embarcações partem do Porto dos Tatus, na cidade de Ilha Grande. Um dos pontos altos dos passeios, além da paisagem única, são as paradas para mergulhos, no rio e no mar, já no estado do Maranhão - que detém 65% da área do delta. Do alto das dunas, com o oceano de um lado e o rio e o verde da mata de outro, o cenário é hipnotizador. Algumas ilhas têm bons restaurantes, com porções generosas. Caranguejos e peixes, como o robalo, são as melhores pedidas. No Recanto dos Pássaros, na Ilha das Canárias, há uma atração extra: um mirante de madeira coberto, com redes e vista para o rio.
A cidade de Parnaíba também merece atenção. Com um casario colonial, da época de exploração da carnaúba, hoje é um centro universitário. Por isso, tem uma animada vida noturna, especialmente no bairro Beira Rio, que concentra a maioria dos bares e restaurantes. No Porto das Barcas, casas antigas com fachadas coloridas formam um centro de cultura e lazer, com galerias de arte, restaurantes e a sorveteria Araújo, famosa na região. Outro bom programa é a praia de Pedra do Sal, uma das 11 do litoral piauiense. Com muitos bares, fica cheia nos fins de semana.
Do outro lado do estado, perto da divisa com o Ceará, encontramos Barra Grande, um paraíso para os amantes de esportes náuticos como o kitesurfe, graças ao vento que sopra o dia inteiro, principalmente no segundo semestre. Localizada na cidade de Cajueiro da Praia, tem pousadas na areia - não há asfalto - e restaurantes bacanas, e vem atraindo uma legião de kitesurfistas, a maioria estrangeiros, que animam a sua noite. A praia é de tombo, ou seja, funda, ótima para mergulhos. E, mesmo na alta temporada, basta caminhar um pouco para se afastar da concentração de homens-pipa e encontrar trechos de areia desertos.
Ainda em Barra Grande, passeie de canoa pelo mangue. Além de caranguejos e garças, cavalos-marinhos dão o ar da graça pelas margens dos canais. Como ficam camuflados, é difícil vê-los soltos. Os guias costumam aprisioná-los em pequenos aquários para serem apreciados - e, em seguida, devolvidos às águas. A excursão termina num trecho isolado da praia. Quem não quiser fazer a caminhada de volta pode usar os préstimos de uma prosaica charrete. Pode parecer contraditório que o lugar com o menor litoral do Brasil aposte no turismo náutico como alavanca para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos. Mas o Piauí vem jogando suas fichas no setor. Segundo o Ministério do Turismo, o estado está investindo em estradas, ancoradouros e sinalização turística, de olho em cerca de dez mil barcos estrangeiros que todo ano passam pela costa brasileira em direção ao Mar do Caribe.
Praia de Macapá: avanço do mar obriga a mudança frequente de localização dos bares
Separada de Barra Grande pelo Rio Camurupim, já no município de Luís Correia, a Praia de Macapá é mais tranquila que a de Barra Grande, tanto dentro quanto fora da água. O encontro do rio com o oceano forma uma espécie de piscina, ideal para mergulhos entre um petisco e outro, servidos em quiosques na areia. Macapá vem sofrendo com o avanço do mar, que já engoliu parte da estrada de acesso e obriga os bares da orla a frequentes mudanças de local. O que não muda é a rotina dos pescadores, que todo dia chegam do mar com peixes, camarões e caranguejos a preços bem camaradas.
Rendeira trabalha na Ilha Grande, uma das formadas pelo Delta do Parnaíba, no Piauí / Foto: André Teixeira
Pescadores também fazem parte do cenário da Lagoa do Sobradinho, a poucos quilômetros de Macapá. Formada por pequenas lagoas naturais que brotam entre as dunas com a água das chuvas, ela começa a ter seu potencial turístico explorado com roteiros que incluem safári fotográfico, mergulho e observação das carnaúbas. A árvore típica local é usada para a produção de cera, uma das atividades econômicas do estado, além de fornecer palha e madeira para a construção de casas que marcam a paisagem piauiense. Não tão típica, mas bem curiosa, é a "árvore penteada", tamarineira com galhos e folhas "penteados" pelos ventos, o que lhe dá um formato que é a atração da rodovia PI-116, que passa pelos municípios litorâneos do estado.
Outra praia perfeita para o kitesurfe é a do Coqueiro - tanto que sedia a etapa brasileira do campeonato mundial do esporte. Com bons bares e restaurantes, tem águas cristalinas, que durante a maré baixa formam convidativas piscinas naturais entre os recifes. O pôr do sol, que desce como uma bola vermelha, é um espetáculo à parte, que também pode ser apreciado na Lagoa do Portinho. Cercada por dunas, suas águas escuras fazem dela um palco ideal para os esportes náuticos. Os mais sossegados podem se refugiar num dos bares de sua orla, que também conta com estacionamentos e atracadouros para lanchas.
Sete cidade: Inscrições rupestres são atribuídas a vikings, fenícios e extraterrestres
O pequeno litoral é a região a ser descoberta no Piauí, mas o interior do estado também tem suas atrações. Uma delas é o Parque Nacional de Sete Cidades, a cerca de 200 quilômetros da capital, Teresina, rumo à costa. O parque abriga curiosas formações rochosas, com idade calculada em 190 milhões de anos, nas quais destacam-se inscrições rupestres que datam de milhares de anos, em tons de amarelo, vermelho e preto. Alguns atribuem as pinturas aos vikings. Outros, aos fenícios. E os que leram e acreditaram em "Eram os deuses astronautas" dizem que foram feitas por extraterrestres.
O nome do parque surgiu dos diferentes grupos de rochas, que parecem formar pequenas cidades. A ação do tempo nas pedras criou figuras curiosas, que aguçam a imaginação do visitante com nomes como Arco do Triunfo, Cabeça do Imperador, Tartaruga e Três Reis Magos, entre outras. Um dos mais preservados do Brasil, o parque também tem piscinas naturais e cachoeiras, além de várias espécies de animais, como suçuaranas (uma onça menor do que a onça-pintada, mas mais perigosa e difícil de ser capturada), pacas, iguanas, tamanduás e diversos répteis. O animal mais comum é o mocó, roedor que vive nas fendas e tocas nas rochas.
Vista do Parque Nacional de Sete Cidades/ Foto: André Teixeira
O passeio pelo parque pode ser feito a pé ou de carro. Na entrada, há um centro de visitantes, com informações e guias. O calor é intenso, por isso uma garrafa de água, filtro solar e boné são acessórios indispensáveis. Apesar do isolamento, há boas opções de hospedagem: uma pousada no próprio parque e um hotel-fazenda bem perto, ambos com piscina e salão de jogos. Conforto merecido num cenário rústico, principalmente para quem encarou dias de sol, vento e caminhadas. André Teixeira viajou a convite do Ministério do Turismo
COMO CHEGAR:
A Gol voa direto do Rio para Teresina a partir de R$ 433, ida e volta. Pela TAM, o bilhete de ida e volta custa a sai a partir de R$ 585, com conexão em Brasília (há outras opções de conexão em capitais do Nordeste). Preços pesquisados para o fim do mês, com taxas.
ONDE FICAR:
Pousada Pontal da Barra: Tarifas a partir de R$ 120. Av. Beira Mar s/n, em Barra Grande. Tel. (86) 3369-8100.
Pousada Ventos Nativos: Tarifas a partir de R$ 120. Pontal da Barra 339, em Barra Grande Tel. (86) 9942-6354. www.ventosnativos.com.br
Aimberê Eco Resort: Tarifas a partir de R$ 190. Rua Projetada s/n, na Praia do Coqueiro. Tel. (86) 3366-1142. www. aimbereecoresorthotel.com.br
Parque Hotel Sete Cidades: O hotel fica dentro do parque. Tarifas a partir de R$ 65. Tel. (86) 3223-3366.
PASSEIO:
Parque Nacional Sete Cidades: Abre diariamente das 8h às 17h. Visitas têm de ser acompanhadas por um guia do Ibama. Tel. (86) 3343-1342.
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