No último domingo, em entrevista à Folha de S.Paulo, o senador Flávio Bolsonaro — num arroubo que incluiu a ideia tresloucada de “usar a força” contra o STF — deixou escapar que “Ciro Nogueira é um ótimo nome para vice-presidente”. A declaração caiu como granada sem pino: repercussão negativa de um lado, silêncio cúmplice do outro.
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O vice de Michele
Só que há um detalhe picante: Ciro já anda dizendo aos íntimos que seu sonho mesmo é ser vice de Michele, a madrasta de Flávio. Sim, senhoras e senhores: o enteado fez propaganda voluntária para o político que preferiria acompanhar a madrasta ao altar do Planalto.
Se isso não é roteiro de telenovela sul-americana, nada mais é.
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Michele, mascote
O arranjo perfeito na cabeça de Ciro é simples como um versículo bem escolhido: Michele vira mascote presidencial, ele assume o manche do governo, e a família Bolsonaro ganha sobrevida eleitoral sem precisar se entender nem entre si.
Nada como um Centrão bem azeitado para transformar conflito doméstico em coalizão de poder.
Projeto dele
Então, que se diga com todas as letras: se Michele for a presidente, o verdadeiro projeto não é dela. É dele. E o Brasil estaria, mais uma vez, nas mãos de quem nunca saiu do poder — só mudou de disfarce. Enquanto o clã resolve suas pendências de mesa de jantar, Ciro ensaia para comandar o banquete institucional inteiro.
Oração é protocolar
Preparem-se: pode estar a caminho um governo em que a oração é protocolar, o discurso é ornamental e o vice — esse sim — é quem segura a chave do cofre e o controle remoto da República. O Centrão, enfim, coroado, pintaria o Palácio do Planalto com as cores da federação e rebatizaria o país de República da Negociação Permanente.
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