A demanda crescente da China por uma gelatina medicinal chamada ejiao, feita a partir da pele de jumentos, está colocando esses animais em risco de extinção no Brasil. Segundo a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, o país perdeu 94% de sua população de jumentos entre 1996 e 2025. A situação levou pesquisadores e defensores da causa animal a se reunirem em Maceió para discutir estratégias de preservação da espécie.
Estudos da Universidade de São Paulo (USP) e da organização The Donkey Sanctuary apontam que os jumentos são abatidos de forma irregular, sem controle sanitário e em condições de maus-tratos. A falta de criação em cativeiro e o uso de animais capturados em situação de abandono agravam o problema.
A gelatina ejiao tem alto valor no mercado chinês por suas supostas propriedades terapêuticas, o que impulsionou a matança em larga escala. Estima-se que mais de cinco milhões de jumentos tenham sido abatidos em 2021 para suprir a demanda, com projeção de quase sete milhões até 2027 — número insustentável para a reposição natural da espécie.
Como alternativa ao abate, pesquisadores brasileiros estudam formas de produzir colágeno semelhante ao do ejiao por meio da fermentação em laboratório. A tecnologia ainda precisa de investimentos para se tornar viável em larga escala, mas é vista como uma solução promissora para preservar os jumentos e atender ao mercado de forma ética e sustentável.

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