Francisca Maria da Silva, de 32 anos, faleceu na madrugada desta terça-feira (07/01) no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, litoral do Piauí. Ela se tornou a quarta vítima da mesma família a morrer após consumir arroz contaminado com uma substância tóxica similar ao "chumbinho".
Na noite de segunda-feira (06/01), algumas pessoas da família chegaram a divulgar a morte de Francisca, mas a confirmação oficial ocorreu apenas na madrugada de terça, por volta das 3h.
O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) emitiu uma nota à imprensa:
Nota à Imprensa
O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) lamenta profundamente o falecimento de uma paciente adulta ocorrido na terça-feira (7), em decorrência de um suposto caso de envenenamento. A paciente estava sob os cuidados da instituição desde o dia 1º, e o óbito foi constatado por volta das 3h07.
Após a confirmação do falecimento, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos necessários.
Neste momento de imensa dor, expressamos nossas sinceras condolências à família da paciente e reafirmamos que a equipe multidisciplinar do HEDA trabalhou com total dedicação, seguindo todos os protocolos e medidas necessárias para garantir o melhor atendimento durante sua permanência na unidade.
O HEDA reafirma seu compromisso com a saúde e o bem-estar da população, assim como com a transparência em suas ações. Em conformidade com a legislação vigente sobre privacidade, não serão fornecidos detalhes adicionais sobre o caso.
Atenciosamente,
Dr. Carlos Teixeira
Diretor Técnico do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA)
O caso
Ao todo, nove membros da família consumiram o alimento. Além de Francisca, faleceram dois de seus filhos, de um e três anos, e seu irmão, de 18 anos. Uma filha de quatro anos segue internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), enquanto os outros quatro envolvidos já receberam alta.
Francisca teve cinco filhos, dos quais quatro morreram por envenenamento. Dois deles faleceram após ingerir o arroz contaminado, enquanto os outros dois morreram em agosto de 2024 ao comer cajus envenenados. A suspeita desse crime está presa, acusada de duplo homicídio qualificado.
O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou que o veneno no alimento era "terbufós", um organofosforado usado como inseticida. A substância foi encontrada em grande quantidade no baião de dois preparado pela família. "Estava em todo o arroz, em grânulos visíveis", afirmou o médico Antônio Nunes, diretor do IML.
UM peixe doado à família no dia 31 de dezembro foi inicialmente suspeito, mas exames descartaram a hipótese de contaminação, isentando o casal responsável pela doação.
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