A tendência climatológica para o Piauí neste ano de 2024 será semelhante a de 2023. Segundo o climatologista Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Secretaria da Defesa Civil do Piauí (Sedec-PI), a previsão para o estado é de uma estação chuvosa irregular, com um volume de chuvas abaixo da média, e altas temperaturas.
"Teremos uma estação chuvosa que, até o momento, tem se apresentado como irregular, sem chuvas abundantes. Serão chuvas ligeiramente abaixo da média e com temperaturas elevadas. Infelizmente esse é o panorama que esta se desenhando”, avalia o especialista, que chama a atenção para eventuais alertas meteorológicos.
“Mesmo com pouca chuva e mais calor, podemos ter a ocorrência grandes temporais isolados durante a temporada chuvosa. Daí a necessidade de acompanhar as previsões dos órgãos de meteorologia e principalmente aos alertas que poderão ser emitidos pela Defesa Civil em caso de eventuais riscos”, ressalta o climatologista.
Mudanças climáticas
Apesar do calor característico, sobretudo na região do semiárido piauiense, o Piauí vem registrando temperaturas cada vez mais elevadas ao longo dos últimos anos. Para o especialista, essa situação vai de encontro dos estudos científicos que apontam 2023 como o ano mais quente da história em decorrência das mudanças climáticas.
"Há dados que apontam que o estado do Piauí está inserido nesse contexto. Temos dados oficiais que compravam que tivemos incremento de calor nas últimas décadas, que o estado ficou mais seco e houve uma diminuição das chuvas", afirma Werton Costa, que cita episódios registrados ao longo do ano que atestam essa realidade.
“Em 2023 tivemos quatro ondas de calor e estamos caminhando para a quinta onda, que vai ficar restrita para a região Sul do país. Essa frequência de ondas de calor, com essa intensidade, não é normal. Elas podem acontecer, sim, mas com essa frequência, não. Isso demonstra que tem alguma coisa errada", pontua o diretor da Sedec-PI.
Outros fatores
Somado as mudanças climáticas, sobretudo em decorrência da ação humana, o Piauí vem sofrendo os efeitos do El Niño, fenômeno natural que reduz a expectativa de chuvas e influencia no aumento das temperaturas. "Por isso que os piauienses estão sentindo um ambiente mais quente, uma chuva mais irregular e ar mais seco", cita Werton Costa.
Ações
Em meio a esse cenário de crise climática, o especialista destaca a necessidade da adoção de iniciativas capazes de mitigar os efeitos das mudanças climáticas. “Devemos buscar alternativas viáveis de acondicionamento e tratamento de lixo, além de um amplo programa de reflorestamento e proteção das áreas verdes”, concluiu o climatologista.
Por Breno Moreno
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