Folha diz que Wellington Dias é alvo de críticas até de Lula por travar emendas

O jornal Folha de S Paulo, em sua versão on-line, informa que o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT-PI), tem acumulado críticas dentro do Palácio do Planalto e no Congresso Nacional. O ministério comandado pelo senador do Piauí é alvo da cobiça do Centrão e poderia ser dado ao PP de Ciro Nogueira e Arthur Lira.

Segundo reportagem da Folha, até mesmo o presidente Lula, que se refere a Dias como “o índio mais sabido do Brasil”, teria dito a aliados que está decepcionado com o desempenho do ministro. 

Com responsabilidade de gerir o Programa Bolsa Família, a pasta sob comando do ex-governador do Piauí tem orçamento de R$ 276 bilhões de orçamento —mais do que Saúde e Educação.

Diz o jornal paulista que Lula queixou-se a aliados que Wellington deveria estar mais focado e apresentar mais agendas positivas. Dada a importância da pasta na gestão de políticas sociais compensatórias, o presidente esperaria que de lá brotassem notícias boas para favorecer a imagem de Lula. Porém, isso não tem acontecido na perspectiva de Lula, pelo menos.

Mas o jornal afirma que além das queixas presidenciais, o ministro entrou na linha de tiro do Centrão porque não tem liberado na velocidade esperada as emendas cobiçadas pelo bloco de partidos fisiológicos.

Movidos pelo dinheiro de emendas parlamentares, os líderes do Centrão, que apoia qualquer governo mediante verbas, cobram “articuladores políticos” do Palácio do Planalto para que o dinheiro possa ser distribuído e atender a projetos e obras em redutos eleitorais de aliados do governo e da cúpula do Congresso.

Segundo a Folha, o ex-governador não seria o único sob fogo cerrado do Centrão. Também nessa linha de tiro se encontraria a ministra do Esporte, Ana Moses. Ela e Wellington Dias são os únicos ministros que seguem travando a verba das antigas emendas de relator –principal moeda de troca nas negociações entre Bolsonaro e o Congresso e extintas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O Planalto tem usado essa fatia do Orçamento para tentar ampliar a base política.

Informa a Folha que, procurado para comentar o assunto, o Ministério do Desenvolvimento Social disse que abriu um processo para prefeituras e governos estaduais cadastrassem projetos que podem receber as emendas. O prazo de seleção se encerrou na quarta-feira (5) e agora as propostas serão analisadas para que os recursos sejam distribuídos.

Fonte: Portal AZ