28 de mar. de 2023

Vacinação brasileira contra o HPV está abaixo da meta


Um estudo da Fundação do Câncer divulgado no domingo, 26, revelou que todas as capitais e regiões brasileiras estão com a vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) abaixo da meta do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em todo o país, a vacinação entre o público feminino de 9 e 14 anos alcança 76% para a primeira dose e 57% para a segunda dose. A adesão à segunda dose é inferior à primeira, variando entre 50% e 62%, dependendo da região.Já na população masculina entre 11 e 14 anos, a adesão à vacinação contra o HPV é ainda inferior à feminina, chegando a 52% na primeira dose e a 36% na segunda, muito abaixo do recomendado.

Desde 2020, a meta da  Organização Mundial da Saúde (OMS) é eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial.  No entanto, a baixa cobertura vacinal observada significa que, até 2030, o Brasil não deverá atingir a meta necessária para a eliminação da doença, que consiste em:

– 90% das meninas  vacinadas aos 15 anos de idade;
– 70% das mulheres  rastreadas com um teste de alta qualidade aos 35 anos e, novamente, aos 45;
– 90% das mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero em tratamento.

O principal motivo da baixa procura pela vacina é a desinformação, com questionamentos infundados sobre a eficácia e a segurança do imunizante, associações equivocadas entre HPV e religião e a falta de campanhas de vacinação. A vacina contra o HPV foi desenvolvida em 2006, na Austrália, e integra os programas de imunização de mais de 50 países. No Brasil, é produzida pelo Instituto Butantan e protege contra o HPV de baixo risco, tipos 6 e 11, que causam verrugas anogenitais, e de alto risco tipos 16 e 18, que causam câncer de colo uterino, de pênis, anal e oral.

A indicação é que a vacinação ocorra antes do início da vida sexual e seja aplicada em três doses:

– 1ª Dose;
– 2ª Dose: dois meses após a primeira;
– 3ª Dose: seis meses após a primeira.


Por Catarina Rbouças\Blog do Pessoa 

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