24 de fev. de 2022

O PIAUÍ NO FOLCLORE BRASILEIRO

Em um dia qualquer de outubro de dois mil e vinte um, o escritor Benjamim Santos entregou-me os originais de uma apostila encadernada em preto e branco, intitulada O Piauí no Folclore Brasileiro.

Após leitura acurada do seu conteúdo, indaguei-me como um material tão largo e criativo sobre identidade e pertencimento permaneceu tanto tempo distante das cabeceiras dos leitores.

Este livro é por si só um acontecimento. Tudo o que se refere à cultura popular é digno de um olhar atento, de imersão na dicção dos valores.

Quantas lembranças, revivências e  retratos da infância, sabores e mistérios encontramos na sabedoria construída pelo povo!

Garanto que o mergulho nas páginas desta obra, que sinaliza uma alta literatura, com estudos de pessoas extraordinárias da sociologia piauiense como Maria da Penha Fonte e Silva, Noé Mendes de Oliveira e Fontes Ibiapina fará o leitor adentrar na simbologia dos folguedos, das danças, das lendas, das festas religiosas, das crendices e das superstições que tão intensamente constituem a autenticidade da própria vida e, sobretudo, o sentimento redivivo e evidenciado nas experiências. 

Considero ser a ressurreição das cousas, um momento peculiar de linguagem. A magia das tradições está encalhada nas cantigas que o público terá o prazer de revisitar aqui. 

"O Piauí no Folclore Brasileiro" é na verdade um trabalho acadêmico realizado por muitas mãos, com o rigor e a seriedade de preciosas pesquisas.

O aparecimento deste livro é uma reserva da memória e uma exaltação à cultura do Nordeste brasileiro oriunda do Piauí. 

Coube-me apenas a missão de transpor e elucidar um manancial histórico que estava adormecido. Firmei o compromisso de devolver à sociedade um acervo literário dessa importância.

Diz um adágio dos costumes: É preciso assentar o juízo no fundo do caco e pensar no que vai fazer.

Escolhi repaginar esta estória, em que toadas de bois, marujadas, reisados, pastoris, rodas de São Gonçalo, cavalo piancó, lezeira, quadrilhas e as demais evocações artísticas reaparecem para a alegria dos tempos, o novo tempo da beleza e do deslumbramento. 


Diego Mendes Sousa

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