Entrando na chapa de última hora, o deputado federal Marcelo Castro (MDB) já é a primeira opção de voto na chapa do petista Wellington Dias. Por nenhum outro nome o atual governador se desgastou tanto. E isso muda tudo na campanha de 2018.
Wellington Dias não é de gastar capital político e eleitoral por qualquer coisa. Basta lembrar que, meses atrás, quando aliados de Ciro Nogueira gravaram vídeos de apoio para as redes sociais do senador, o petista se esquivou. Naquele mês de abril, a Polícia Federal havia realizado buscas no gabinete e na residência de Ciro, ainda na esteira na investigações da operação Lava-Jato.
Pelo contrário: Wellington não deixa de ir aos eventos de anúncio de recursos trazidos ao Piauí pela influência de Ciro. E, frequentemente, se faz passar por responsável pela chegada de obras e dinheiro aos municípios.
A chapa majoritária este ano tem duas vagas de senador e a prioridade do governador pode decidir quem será eleito.
MARCELO TEM A VANTAGEM
Wellington Dias empurrou ao máximo com a barriga o anúncio da chapa. Quando o fez, ao seu lado, sorridente, apenas Marcelo Castro. O senador Ciro não estava ali. Na política, os sinais importam. E quem gasta R$ 40 milhões por ano em Comunicação não usa palavras nem grava vídeos à toa. Tudo é calculado.
Marcelo Castro é a terceira candidatura de estrutura que se soma ao cenário que já tem Ciro Nogueira e Wilson Martins (PSB), mas, não se enganem. O emedebista pode ter chegado depois, mas começa com os votos da militância petista que era o potencial de primeiro voto em Regina Sousa.
A partir daí, Castro passa a disputar os primeiros votos no mesmo perfil do eleitorado preferencial de Ciro e Wilson até agora. Nos bastidores, a avaliação é de que Marcelo também tem melhor trânsito entre governo e oposição para ir buscar os segundos votos dos dois lados.
WILSON X CIRO
Marcelo avança no segundo voto da oposição complicando a vida de Ciro Nogueira e no segundo voto do governo, complicando a vida de Wilson Martins. Ambos tinham voto combinado em uma centena de municípios, afinal, os prefeitos e lideranças tendem a fechar com quem tem campanha de estrutura. O voto mais emocional e popular não está na prateleira.
Ciro era, teoricamente, o voto útil do governador Wellington Dias e tende a perder isso para Marcelo que, no julgamento dos petistas, "é mais fácil de defender". E como Ciro já declarou que em 2022 o Progressistas terá candidato ao Governo, ele já é encarado como oposição por boa parte do entorno de Wellington.
Já Wilson, tinha uma boa expectativa de segundo voto na base governista, porque parte do eleitorado no interior ainda acredita que ele e Wellington fazem parte do mesmo grupo, o que Marcelo e Ciro, agora, farão questão de mostrar ser um pensamento equivocado. E Wilson tem que rezar para que Luciano Nunes (PSDB) comece a pontuar melhor nas pesquisas, do contrário, pode ter a sua própria campanha esvaziada.
O IMPONDERÁVEL
Não há como avaliar com precisão cirúrgica o cenário sem que os atores estejam definidos. Isso passa pelo rumo de Dr. Pessoa (que ainda está decidindo entre Senado e Governo do Estado), de Frank Aguiar (sem chapa, até o momento), da mensagem dos demais candidatos e, é claro, pelo sentimento do povo.
Robert Rios (DEM), Antônio José Lira (PSL), Jesus Rodrigues (PSOL), como estes serão enxergados pela população?
O piauiense vai eleger dois senadores por estrutura?
Haverá voto de protesto suficiente para derrubar os medalhões da política?
Sem dúvida, agora, o esforço de campanha vai ser máximo.
E a disputa do Senado promete ser visceral.
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