O governador do Piauí, Wellington Dias (PT),
autorizou a produção, no estado, de óleo de canabidiol, uma das substâncias
presentes na maconha (cannabis sativa). A
previsão é que o óleo comece a ser produzido no início de 2018.
O canabidiol é uma das substâncias presentes na maconha (Foto: Reuters/Ivan Alvarado) |
O trabalho será
desenvolvido por uma parceria entre a Universidade Federal do Piauí (UFPI), a
Universidade Estadual do Piauí (Uespi), a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Piauí (Fapepi), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) e o Centro
Integrado de Reabilitação (CEIR).
O estado será o
primeiro do Brasil a produzir o óleo.
“O Piauí é o
primeiro a produzir em nível governamental. Existe um começo de produção em uma
universidade no Rio de Janeiro e outro trabalho de pesquisa na Paraíba, que a
gente usou como base para a implantação do trabalho de pesquisa aqui”, disse o
neurologista e superintendente executivo do CEIR, Francisco Alencar.
“A universidade
federal vai fazer a produção, o nível de qualidade [será atestado] pela
universidade estadual, e a aplicação pelo CEIR, com o gerenciamento da
Secretaria de Saúde e da Fapepi”, completou.
Atualmente, há
no Piauí 21 pacientes que recebem o óleo de canabidiol por meio de decisões
judiciais. Para que o extrato possa ser produzido no estado - e, assim, não
exista a necessidade de importar o óleo da Califórnia (EUA) e de Israel -, é
previsto um investimento de R$ 1 milhão.
De acordo com
Francisco Guedes, presidente da Fapepi, a matéria-prima será comprada da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
"Vamos
comprar [a maconha] da universidade, que já está produzindo, com nota fiscal, a
quantidade certa para produção com todos os cuidados necessários, inclusive com
câmeras", afirmou Guedes. Segundo ele, o cultivo pela UFPB foi liberado
para pesquisa científica, com autorização do comitê de ética responsável.
As pesquisas
com o canabidiol começaram no primeiro semestre de 2017, voltadas para o
tratamento de pacientes que sofrem com convulsões e epilepsia.
“A proposta inicial é que se
trabalhe com 150 pacientes para iniciar o projeto. A ideia é que em até seis
meses se consiga produzir o extrato”, disse o neurologista Francisco Alencar.
“Não precisa de
autorização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], a não ser que
haja uma produção mais ampla”, completou Francisco Guedes, da Fapepi.
(G1/PI)
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