31 de ago. de 2016

Quando a saudade bate forte.

As vezes a saudade bate forte no coração, para isso, basta ouvir uma estrofe de determinada música, sentir uma fragrância, ver um ambiente ou um objeto, e como se o tempo não tivesse passado. Imediatamente se revive o que já deveria estar esquecido, mas que teima em surgir e luta para se manter no presente. As imagens se formam, alternam em boas lembranças e situações que nunca existiram, mas que foram desejadas. Mas em nenhum momento o tempo passa nas lembranças, visto que a saudade impede o envelhecimento nas imagens formada das pessoas. Todos se mantém com a mesma idade e o corpo da época e então: a saudade.

Mas ela é verdadeira? Não há dúvida que sim, pois é o que sentimos. Mas será que teria o mesmo efeito caso enxergasse a pessoa ao vivo, alterada pelos anos? Com suas histórias e pessoas que hoje fazem parte da sua vida? Será que gostaria de novamente viver um relacionamento com essa hoje em dia? A resposta geralmente é não, quando em consultório é montado o cenário atual. E dessa forma se desliga de um passado que já ficou no passado e não faz mais sentido hoje. E mesmo que o desejo se mantenha, cabe-se na vida do outro? É interessante se questionar: Ainda sou querido pelo outro? Nada mais triste que viver meses, as vezes anos e quando cria-se coragem para encontrar quem tanto desejou, descobre-se que nem ao menos faz parte dos seus pensamentos. Ai descobre que só perdeu tempo.

Mas existe a saudade dos mortos. Esse não tem jeito, pois nunca em sua vida vai encontrar novamente. Nesse caso o melhor é lembrar das boas vivências, guarda-las com carinho e saber que pode revivê-las quando quiser. Mas o mais saudável é não cultivar essa saudade, mas sim, deixar o tempo abrandar a dor. Caso essa dor persistir, é hora de organizar um ritual de despedida. Tem certas histórias que se não ritualizar o fim, ela se mantém como saudade vívida e não como saudade de uma história resolvida. Porém é muito dolorido resolver essas situações sozinho, pois são vividas como dramas, caso isso esteja ocorrendo com você, procure ajuda de um profissional de psicologia. Ele servirá de facilitador para superar essa saudade.

Psicólogo Flávio Melo Ribeiro
CRP12/00449

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