30 de nov. de 2015

GREVE DOS MILITARES: PMs denunciam irregularidades no 2° Batalhão de Parnaíba

Desde que os policiais do 2° Batalhão de Polícia Militar de Parnaíba (2°BPM) aderiram na noite de ontem (28/11) a paralisação da categoria que ocorre simultaneamente em boa parte do Estado, um mal estar geral tomou conta da corporação. Por volta das 22:00 de ontem, os portões do batalhão foram fechados com a chegada dos militares e, de acordo com eles, houve uma tentativa de intimidação por parte do comandante da entidade, Major Adriano Lucena. Os profissionais não recuaram e continuam acampados em frente ao 2°BPM, localizada no Conjunto Joaz Souza.


A situação deve ficar ainda mais delicada com uma ação que os policiais acampados prometem mover no Ministério Público contra o comandante por desvio de função. De acordo com eles, viaturas e policiamento estariam sendo usados para escoltar Veículos Especiais de Transporte de Valores. O Presidente da Associação dos Cabos e Soldados de Parnaíba, Cabo Aguinaldo, diz que durante uma escolta feita de uma cidade vizinha para o litoral, o carro forte transportava mais de 1 milhão de reais, sendo deslocadas duas guarnições da força tática que ficaram por mais de três dias a serviço dessa missão.
“Por vários meses as viaturas dos carros fortes ficaram dentro do quartel. Na última o comandante determinou duas guarnições da força tática para fazer a escolta de um carro cheio de dinheiro. Tinha mais de 1 milhão dentro e os policiais ficaram por mais de três dias vigiando a viatura, desviando a função e deixando a população lá fora à mercê da bandidagem. Não sei se essa cara está ganhando alguma coisa, mas é desvio de função e nós vamos denunciá-lo ao Ministério Público”, anuncia. Nossa reportagem entrou em contato com o Major Lucena, mas ele não quis falar sobre o assunto.
Ouça abaixo os áudios das denúncias:
Comandante não teria autonomia, dizem militares

O vereador Carlson Pessoa esteve nesta manhã acompanhando a movimentação dos policiais e manifestou seu apoio a categoria que reivindica melhores condições de trabalho, reconhecimento de promoções e seguro por invalidez.


























Viaturas paradas no pátio do 2° BPM e policiais em serviço sentados. Os que estavam do lado de dentro foram impedir de se aproximar do muro para falar com os manifestantes
“Nós entendemos que nosso serviço é essencial, mas atualmente não temos condições de oferecer a devida segurança para a nossa população porque nossa estrutura é precaríssima. Faltam coletes à prova de bala, as viaturas estão com o licenciamento vencido e com os pneus carecas. Como vamos enfrentar bandidos que muitas das vezes estão altamente preparados e equipados?”, desabafa o cabo Eudes.

Da esquerda para a direita: Cabo 
























Aguinaldo, vereador Carlson Pessoa e Cabo Eudes durante manifesto hoje pela manhã em frente ao 
Batalhão
Os PMs denunciam ainda o favorecimento de uns profissionais em detrimento de outros. Somente seriam promovidos os que se submetem a fazer o “jogo político” influenciado por gestores municipais que controlam a corporação.
Por Luzia Paula. Fotos: Gleitowney Miranda

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