1 de jun. de 2015

Existe uma agenda político-administrativa para Parnaíba?! (*)



Ao se aproximar o pleito municipal de 2016 veio à lembrança uma velha estratégia que vem dando resultados há décadas: mentir! Paul Joseph Goebbels Ministro da Propaganda do Reich na Alemanha Nazista de 1933 a 1945, um dos principais associados e grande seguidor de Adolf Hitler é conhecido como o pai da máxima: “Uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”.
Mas não são necessárias mil vezes, desde que habilmente ditas como verídicas no momento oportuno. A última campanha eleitoral, por exemplo, Parnaíba foi inundada de mentiras. E deu no que deu!
A ideia não floresceu! Hoje vemos uma gestão do tipo “feijão com arroz” que se vangloria por ações pífias e elementares como tapa buracos, recapeamento asfáltico, retirada de ocupação irregular de espaços públicos sendo festejadas como ações extraordinárias. Característica de gestão medíocre...
O efeito disso na mídia ganha força por duas razões: primeiro é que até então não tinha sido mostrado resultados concretos, ainda que simples assim; segundo, por se comparar, inevitavelmente, com as gestões anteriores e que não servem de parâmetro para a boa comparação. Logo, qualquer “tapa buraco” repercute, pois a cidade há muito carece de uma administração que zele por ela.
Há nisso tudo, uma disfarçada estratégia político-partidária: a manutenção do poder. A maldade que se esconde atrás de um projeto de poder não se revela sem que se faça a análise de como deve ser uma gestão séria, honesta e comprometida com o bem estar social. As comparações com as mal fadadas administrações de um passado recente dão o destaque que é necessário para ludibriar o povo bom e ingênuo deste lugar. Na verdade serve também para esconder a incompetência e a astúcia dessa gente que se arvora a dizer que está revolucionando a cidade.
Ao me perder em meus pensamentos tenho pensado e repensado no caminhar da humanidade e no futuro dela. Em particular aqui: como poderá ser a Parnaíba e como poderão estar os parnaibanos daqui a cinquenta anos? E como será realmente a nossa realidade daqui a cinquenta anos?
Parnaíba vive encoberta por uma grande nuvem do fisiologismo. Este é um tipo de relação de em que as ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses privados, em detrimento do bem comum. A ação política está a serviço do grupo dominante sem nenhuma preocupação com o bem estar das pessoas. Nem mesmo o fato histórico de a gestão municipal contar com o apoio do Governador e do(a) Presidente da República há 13 anos, nem assim se percebe uma agenda político-administrativa centrada no desenvolvimento regional integrado.
Nem nas angústias do cotidiano daqueles mais desprotegidos. É preciso planejar o futuro, mas também se devem ter respostas a quem madruga numa fila de um posto de saúde em busca de uma consulta médica, a quem tem filho (a) que caiu no fosso das drogas, da marginalidade ou da prostituição, a quem está desempregado e passa privações com sua família, enfim aos excluídos. Mas também é preciso ter respostas a quem produz e quer produzir. Qual o incentivo à economia local? Quem vende produtos e/ou serviços para a prefeitura? Qual a política de incentivo ao micro empreendedor? Ao microcrédito?
Para complicar não se experimenta uma reforma estrutural do sistema político, repete-se a velha fórmula da acomodação de lideranças em troca de apoio político, uso da mídia de forma desleal onde se paga mais aos jornais, internet e televisões do que se investe na cultura ou na juventude, por exemplo.
A promoção do bem estar social e oportunidades duradouras não fazem parte da missão da gestão local. Um governo municipal que se dá ao luxo de ter mais de 30 (trinta) secretarias e centenas de cargos comissionados que pouco rende à municipalidade não pode ser levado a sério!!! Maquiavel na íntegra!
Quando escreveu "O Príncipe" em 1513, Nicolau Maquiavel tornou-se inadvertidamente no "enfant terrible" da política do poder, personificando o mal e a corrupção. Na verdade, Maquiavel não teve a intenção de legitimar a perversidade, pois ele simplesmente descreveu em detalhes como os governantes do século XVI aplicavam o poder, administravam suas propriedades, manipulavam e lideravam seus súditos.
Quando finalmente sairmos da esfera da manipulação psíquica e entrarmos no debate e reflexão do pensamento, poderemos separar "o joio do trigo" e aproximar nossas propostas da pureza de pensamento aliada ao nosso ideal de construção de uma nova realidade, que seja, não somente para si, mas para um coletivo que vibra conjuntamente. Dessa maneira, sim, vamos crescer e desenvolver!
Faço votos que estas reflexões que estou agora compartilhando, não soem como "arrogância" ou um algo de "sabe tudo". Vivemos aprendendo, e a disposição para isto é que vai sempre nos levar mais além. Estacionar nas verdades impostas por um conforto medíocre só alimenta um jogo sórdido, aonde muitos, cegamente, vão fazendo os seus "gols contra", sem se dar conta da essência do quão cruel é a ação política dominante imposta nos dias de hoje à sociedade parnaibana!.


(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte parnaibano.

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