2 de abr. de 2015

Tinha tudo pra dar errado. E deu.




Nunca havia visto duas pessoas tão diferentes e distantes pela nacionalidade e formação serem tão próximas, tão vizinhas e parecidas naquilo que defendem, principalmente quando o assunto é política, governo e economia. Falo de mim, jornalista brasileiro nascido nos confins do Piauí e do economista venezuelano Ricardo Hausmann, diretor do centro para o desenvolvimento internacional da Kennedy School of Government, da Harvard University.
Hausmann, um dos vários professores da instituição brasileira Centro de Liderança Pública e que oferece curso de mestrado, tem na bagagem um vasto conhecimento sobre tudo no Brasil, como por exemplo, nossa forma atual de como tratar o mercado internacional, a abertura de oportunidades com as exportações, o protecionismo e as chamadas políticas públicas, os chamados benefícios sociais que tanto caracterizam o governo de Lula e continuam no governo de segundo mandato de Dilma Rousseff. 
Eu cá comigo sempre achei que um dia essa corda iria rebentar e derrubar muita gente dessa rede. Portanto não foi por falta de aviso. Esse negócio de ampliar programas como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e outros tantos foram elevados á condição de estrelas em detrimento das reformas necessárias para que o país continuasse crescendo, exportando. O Governo Federal meteu na cabeça que a crise internacional iria ser eterna e levaria economias mais fortes ao desespero. Sob essa orientação se alinhou a regimes políticos de países mais fechados, socialistas ou comunistas e praticou o malfadado protecionismo.

Eu acredito que um dos problemas mais gritantes é o fato do Brasil não ter observado a necessidade de uma poupança pública. O que é que acontece? O Governo está sempre gastando mais do que arrecada. E pra alimentar entre outras coisas programas sociais de natureza eleitoreira naquelas regiões mais pobres, o Norte e o Nordeste. O Brasil em 2010 cresceu cerca de 7%. A população incentivada pelo governo se danou a gastar. O governo de Dilma Rousseff lançou mão de um artifício muito particular como a renúncia fiscal para alguns produtos, especialmente da linha branca, automóveis e até material de construção.


Então todo mundo achou que estava crescendo. Todo mundo iria, vamos dizer, mudar no mapa da hierarquia socioeconômica: quem estava rico iria ficar milionário, o remediado iria ficar rico, o pobre iria ficar remediado, o lascado iria ficar pobre e o mais lascado teria por exemplo condições de finalmente poder comprar alguma besteirinha no Armazém Paraíba. O povo Se danou a comprar tudo o que era de quinquilharia confiando em dinheiro de programas de governo. Agora está todo mundo, quer dizer, o Governo Federal, endividado e quase correndo pra agiotagem. A presidente Dilma Rousseff tem é corrido estreito nestes 120 dias de seu segundo mandato. Desde o início que eu vinha avisando: tinha tudo pra dar errado. E deu.

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