28 de fev. de 2015

VERGONHA - Leitor relata impressão do amigo no carnaval em nosso litoral


Amigo Carlson,

Tive o prazer de hospedar durante o carnaval um amigo de meu sogro de longas dadas, o Jornalista Cearense de 89 anos  José Carlos Araújo e o mesmo, que já tinha vindo por diversas vezes a Parnaíba, ficou impressionado com o descaso das autoridades para com nossa maior fonte de riqueza: O Turismo!
Recebi ontem a edição do jornal que ele escreve, o qual estou lhe enviando para que, caso você ache interessante, divulgue a matéria em seu blog.

Veja o que escreveu o jornalista em seu blog:

SOS - O TURISMO DA PARNAÍBA NECESSITA ATENÇÃO

Para não dizer que tudo são flores na acolhedora Parnaíba e no litoral do Piauí fica-se a pensar o porquê  do descaso com o turismo do município. Parece que as autoridades locais e do Estado subestimam o que de melhor têm  oferecer para dinamizar uma atividade que, em recente passado,  foi atração de brasileiros e estrangeiros. É uma dádiva ser a porta de entrada do Delta do Parnaíba, o único em mar aberto das Américas e o terceiro maior do mundo. E um litoral pequeno, mas com muitas opções.
De uns anos para cá, o Ministério do Turismo investiu e ainda investe  na ainda hoje muita falada mas pouco visitada Rota das Emoções, um paraíso da natureza que reúne Jericoacoara, no Ceará, o Delta do Parnaíba e os Lenções Maranhenses. Recentemente, o bom  aeroporto em Parnaíba foi reformado a fim de receber turistas estrangeiros e brasileiros para que conheçam tão privilegiado roteiro. 
À primeira vista, tem-se impressão de que as autoridades piauienses, e da Parnaíba e Luís Correia, em particular,  não despertaram para a importância  representada pela Rota das Emoções,   fator imensurável para modificar o perfil econômico do Estado. Não há promoção maciça, movimentação continuada visando atrair turistas de todas as partes do mundo. Será que estão pensando ser promoção turística gasto supérfluo, sem retorno? Daí, o Ceará, que tem o destino Jericoacoara consolidado, dando retorno, já haver construído o aeroporto de Jijoca, bem vizinho a Jeri. Enquanto isto, o  Aeroporto Internacional de Parnaíba - Prefeito Dr. João Silva Filho, em condições de operar com aeronaves do tipo Boeing 767-300 - capacidade para transportar 300 passageiros e carga, está quase ocioso. Hoje, a Azul faz o trecho Fortaleza-Parnaíba 4 vezes por semana, e Parnaíba-Teresina 2 vezes por semana com conexões para outros estados
TURISMO DE NATUREZA –É rico e atraente o turismo de Parnaíba,, principalmente o de natureza. Está na cidade um dos braços do Delta, no "rio" Igaraçu. Na margem esquerda  do Igaraçu, a Ilha Grande de Santa Isabel, já no delta do rio Parnaíba. É o Portal com sua exuberância de paisagens, de manguezais até chegar ao braço primeiro do Delta. 
Infelizmente, agora Parnaíba perdeu um dos melhores pontos turísticos. A Lagoa do Portinho , muito procurada pela exótica beleza, quase totalmente cercada de dunas,   com as águas azuis, de acordo com o sol,  ficando  verdes. Era ideal para  a prática de desportos aquáticos:  banana boat , jet ski e windsurfe. Está completamente seca. As areias das dunas e  a incúria no tratamento do problema ocasionam Parnaíba perder uma de suas melhores atrações turísticas. 
O Porto das Barcas que visitamos não tem a mesma atração de anos anteriores, como ponto turístico. Está mal cuidado, sub utilizado. Não encontramos lá o mesmo charme de uns anos atrás, quando o Fórum de Turismo do Ceará, com  a participação do então prefeito de Camocim e hoje deputado estadual, Sérgio Aguiar, reuniu-se com o “trade” turístico parnaibano, inclusive com o então Governador Mão Santa. Está bastante degradado. Na parte melhor cuidada, acham-se um bom auditório e salas com atendimentos sob o patrocínio da Associação Comercial. Não vimos equipamentos  turísticos. A maioria das lojas de artesanato estão fechadas. Uma pena.
Louve-se as avenidas mais importantes , todas bem cuidadas. Na Avenida São Sebastião está o corredor gastronômico da cidade; a Pinheiro Machado e a Presidente Getúlio Vargas, são bem largas e oferecem  boas condições para o tráfego. As praças da Graça,  Santo Antônio, Mulher do Pote, do Poeta e Júlio Augusto são agradavelmente arborizadas. Mas, outro sinal de descaso com a preservação do patrimônio histórico: a casa em que viveu por anos o escritor Humberto de Campos e o seu famoso Cajueiro são memórias quase extintas. 
Como pontos de cultura e lazer, há o Multicine Cinemas e Cine Delta,  os teatros do SESC e o Saraiva. Acrescente-se que as festas juninas, com  quadrilhas, bumba-meu-boi, teatro e música  são as mais badaladas do Estado, realizadas na praça de eventos Mandu Ladino.
 CARNAVAL – Atualmente, o Carnaval da cidade de  Parnaíba é muito procurado, principalmente por famílias de Teresina e de  estados da vizinhança. A folia é zoadenta e divertida, em meio aos desfiles de escolas de samba e blocos de sujos. Muita descontração, lembrando os velhos carnavais. As maiores concentrações ocorrem na avenida   São Sebastião. 
O Carnaval rola solto, também, nas praias. À tarde, uma multidão brinca descontraidamente na Praia do Coqueiro, continuando o folguedo à noite, ainda no litoral de Luís Correia.  

PARNAÍBA - TERRA DE OPORTUNIDADES E BOA PARA SE MORAR

Casa de Humberto de Campos
“Rota do Sol” esteve no período carnavalesco último em Parnaíba, ficando também bom tempo na Praia Peito de Moça,  no litoral de Luís Correia,  um dos recantos aprazíveis do litoral piauiense ainda em estado de quase “pedra bruta”. Se melhor olhado, com adequada infraestrutura, não há dúvida de que a Peito de Moça seria um dos “points” mis procurados não apenas pelos da terra  mas por turistas em busca de bons momentos de lazer.  
ALTOS E BAIXOS - A História registra que a cidade de Parnaíba, localizada na bacia hidrográfica do Rio Parnaíba, na margem direita do "rio" Igaraçu, o braço mais meridional do delta do rio, teve sua fase áurea de desenvolvimento entre 1697, época de fundação da cidade, e 1940. Foi justamente no tempo em que o Porto das Barcas funcionou como o grande elo com o mundo exterior. Por lá saia a produção primária do que o Piauí de então produzia;  por lá chegavam da Europa  as “novidades” que impulsionaram o vertiginoso progresso da terra.  Fase de euforia, com a Vila de São João da Parnaíba, em que o Porto das Barcas era o grande referencial, tornando-se até mais importante do que a própria capital piauiense de então, Oeiras. O maior referencial da  época era a famosa Casa Inglesa, estabelecida no Brasil em 1849, dirigida por Paul Robert Singlehurst, o “Paulo Inglês”. O gringo famoso foi o primeiro a trazer para o país tratores, motores e outros implementos. Mais tarde, em 1884, James Clark tornou-se dono da Casa Inglesa, firma responsável por inserir a cera de carnaúba no mercado internacional e pelo fato de fornecer produtos a base de petróleo, equipamentos e instalação elétrica para 153 municípios do Piauí, Maranhão e Ceará. Hoje, conforme verificamos, o prédio da Casa Inglesa ainda está de pé no Centro Histórico da cidade, lembrando um tempo de “vacas gordas”.
Entre os anos 1940/1960, principalmente, pode-se dizer que houve estagnação da cidade, pois o parnaibano saiu em grande número para outros centros, principalmente Teresina, Ceará e Sudeste do País. Contudo, a recuperação veio paulatinamente, mas acentuada, notadamente a partir de l967. Voltou a alta estima das autoridades e do povo. Para a população, estimada hoje em mais de 150 mil habitantes, as atividades econômicas se dinamizaram, o agronegócio tornou-se importante, ocorreu a exportação de cera de carnaúba, folha de jaborandi, óleo de babaçu, gordura de coco, castanha de caju, algodão e couro. O comércio ficou dinâmico, o bom índice na educação, cultura e na tecnologia, enfim a modernidade tomou conta da "Princesa do Igaraçu", com arquitetura moderna em meio às construções coloniais, dando um colorido especial para quem a visita. Praças grandes e arborizadas, avenidas largas entremeado ruas antigas, mas todos com piso razoavelmente de qualidade. Enfim, a Portal do Delta, a mais dinâmica do estado e 5º da região, com uma população que faz questão de ser hospitaleira, vem recebendo grande número de pessoas de outros estados que  procuram, segurança  oportunidades e melhor qualidade de vida. 

O PORTO QUE O ESTADO DO PIAUÍ NUNCA TEVE

Com um litoral de apenas 66 quilômetros, o Piauí ressente-se e muito de um porto para que melhor deslanche economicamente. No tempo de regime militar, de 1964 a 1985, com o Ministro Reis Veloso, parnaibano, houve  tentativa da construção de um caís em Luís Correia,  a cidade mais importante do litoral do Estado, distante apenas 14,2Km de Parnaíba
Projeto feito, muita verba disponível, obras iniciadas a todo o vapor. Não se sabe por que cargas d'água,  os  trabalhos que iam em ritmo acelerado diminuíram e pararam de vez. Parece que se “descobriu” que o canal não possuía  condições necessárias para ser  suporte do porto, sabe-se lá, pois não possuía profundidade adequada e cada vez mais havia assoreamento. Os responsáveis pelo projeto não verificaram antes o problema, por que? 
Visitamos este que seria o porto do Piauí, na praia de Luís Correia. Fomos até boa parte de espigão a dentro. Abandono. Tristeza. Lá longe, o farol na praia de Atalaia. Milhões de reais tirados do povo até agora jogados ao mar.
Como já se escreveu, o Porto Luís Correia, deveria ter 10m de profundidade e 5,4 quilômetros extensão,6 armazéns,4 unidades, quebra-mar artificial de 550 m e cais para atracação com estação de passageiros. 
Em passado recente, voltou-se a falar da importante construção. Adiantava-se que  projeto dos governo do estado com a aval do  governo federal  tratava da  “conclusão do complexo portuário e sua expansão, com total de R$280 milhões, que está incluindo no PAC”, agora com a  denominação de Complexo Portuário Amarração. Com ele, iria também uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE). O tempo passa e até agora nada. Sonho de uma noite de verão. Mesmo com muita desconfiança, não custa sonhar...

Amigo leitor, aí está a nossa edição "Rota do Sol". Contamos como sempre com sua ajuda e sugestões.
Um abraço
José Carlos
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