25 de fev. de 2015

Pesquisa alerta para risco de diminuição de estoque de peixes no Delta

Patrocinado pela Petrobras, projeto também identificou animais em situação vulnerável quanto ao risco de extinção, como a raia viola, o bagre amarelo e o camurupim.

Um levantamento realizado por pesquisadores do projeto Biomade - Biodiversidade Marinha do Delta, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental, identificou espécies de peixes comerciais que podem ter o estoque afetado por causa da pesca predatória na região do Delta do Parnaíba, em municípios que abrangem os estados do Maranhão e do Piauí. O inventário também demonstrou espécies em situação vulnerável quanto ao risco de extinção, como a raia viola (Rhinobatos lentiginosus), o bagre amarelo (Sciadesparkeri) e o camurupim (Megalopsatlanticus). 

Um dos principais motivos apontados pela equipe do projeto para os resultados da pesquisa é a sobrexploração, ou seja, quando os animais são pescados além da sua capacidade de se reproduzir para repor o estoque. A bióloga e coordenadora do projeto Biomade, Werlanne Vasconscelos, explica que a diminuição dessas espécies poderá afetar também a segurança alimentar das comunidades que utilizam a pesca para a subsistência, além do mercado de pescados.

A pesquisadora aponta a pesca do camarão com rede de arrastão como um dos fatores de risco para os animais. “A pesca do camarão com o arrasto ou arrastão é realizada com extensas redes, que ao serem puxadas varrem o fundo do mar. A prática é extremamente nociva à biodiversidade marinha, pois a rede revolve o chão e arrasta tudo que encontra pela frente, destruindo o habitat daquelas espécies que vivem no leito oceânico.” Nesse tipo de pesca, os animais que não possuem valor comercial acabam sendo descartados, pondera Werlanne.

Outro agravante para a manutenção dos estoques é a degradação dos mangues no Delta. A bióloga explica que com a destruição deste habitat, que é considerado um tipo de berçário de várias espécies, os peixes que vivem no ambiente aquático de transição entre o rio e o mar e são comuns na região de Delta tem a fase conhecida como juvenis afetada. Esse é o período antes da vida adulta em que esses animais são mais sensíveis.

Realizado em 2014, o inventário foi montado a partir de 3.196 exemplares de peixes e ajudou a identificar 72 espécies presentes na região. Entre os mais visados comercialmente foram encontradas diversas tipos de pescadas, pertencentes à família Sciaenidae, além da tainha (Mugil curema), a manjuba (Anchoviella lepidentostole), o peixe serra (Scomberomorus brasiliensis) e o camurupim (Megalopsatlanticus). 

Os dados levantados ainda são resultados parciais do projeto Biomade que ajudarão a auxiliar nas medidas de fiscalização do Instituto Chico Mendes (ICMbio), responsável pela Unidade de Conservação do Delta do Parnaíba. Os trabalhos serão feitos em parceria com o Ibama e a Capitania dos Portos na época em que é proibida a pesca para proteção dos animais por causa da reprodução, conhecida como defeso. 

Programa Petrobras Socioambiental
O projeto Biomade é patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental - Desenvolvimento Sustentável e Promoção de Direitos. Por meio dele, a Petrobras investe em projetos de todo o país, com foco nas linhas de atuação: Produção Inclusiva e Sustentável, Biodiversidade e Sociodiversidade, Direitos da Criança e do Adolescente, Florestas e Clima, Educação, Água e Esporte.

Da redação Jornal da Parnaíba
Fonte: Biomade

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