1 de set. de 2014

Votos nulos e em branco só favorecem os maus políticos


Advogada eleitoral Geórgia Nunes 
O cientista político Valter Rodrigues de Carvalho, da Universidade Federal do Piauí, afirmou que o pleito de 2014 pode ser lembrado na história com um fato histórico. Para ele, com a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa pela presidência, os votos nulos e  brancos devem cair drasticamente. Mesmo assim, os números ainda serão bem elevados. Ele lembra que em média as eleições encerram com cerca de 8% a 10% de votos brancos ou nulos.
Esse percentual só é menor quando há possibilidade de mudanças significativas, como a saída do PSDB da presidência e a eleição do ex-presidente Lula (PT), em 2002, que aparecia como uma alternativa de mudança real em relação à administração anterior. É o mesmo fenômeno que parece estar ocorrendo agora, com a entrada de Marina Silva na disputa, com o trágico acidente que tirou a vida do ex-governador Eduardo Campos (PSB).
O voto em branco não tem peso algum nas eleições. De acordo com o glossário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o voto em branco é aquele em que o eleitor não manifesta preferência por nenhum dos candidatos. Antes do aparecimento da urna eletrônica, para votar em branco bastava não assinalar a cédula de votação, deixando-a em branco. Hoje em dia, para votar em branco é necessário que o eleitor pressione a tecla "branco" na urna e, em seguida, a tecla "confirma".
 Esse votos não são contabilizados quando terminam as eleições. Porém, segundo especialistas, este voto acaba por beneficiar os candidatos que possuem a maioria dos votos. A advogada eleitoral Geórgia Nunes, informa que isso acontece porque aqueles mais votados ganham mais expressividade na eleição, pois os votos que poderiam ser contrários a ele, ficam invalidados.
 Ela explica ainda que os eleitores que não participam do pleito ficam à margem da democracia, que no país tem seu maior peso durante as eleições, uma oportunidade da população de eleger aqueles que irão representá-los nos poderes Executivo e Legislativo. Geórgia Nunes ressalta que tanto o voto em branco quanto o nulo são invalidados do processo, já que ambos sequer são contabilizados.
Já o TSE considera como voto nulo aquele em que o eleitor manifesta sua vontade de anular o voto. Para votar nulo, o eleitor precisa digitar um número de candidato inexistente, como por exemplo, "00", e depois a tecla "confirma". O eleitor pode invalidar seu voto em qualquer uma de seus decisões, pode ser só para um representante (como, por exemplo, para presidente), ou para todos os outros cargos em disputa - nas eleições deste ano serão escolhidos também governador, senador, deputados estaduais e federais. 
 O cientista político e a advogada ressaltam que votar em branco ou anular o voto não é a decisão mais certa a ser tomada pelo eleitor. Geórgia Nunes afirma que o eleitor não tem por que anular seu voto. "Neste primeiro turno as opções são diversas. Tem candidato de todo tipo - de direita, de extrema-direita, de esquerda e de extrema-esquerda. Tem opção para todos os gostos. Se não tem um candidato com o qual você se identifique totalmente, tem um que possa lhe satisfazer pelo menos em alguns aspectos", diz a advogada.
 O médico e ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes (PSDB) diz que o voto é uma arma que o cidadão tem nas mãos para mudar a situação com a qual não concorda. "Você que vota em branco ou que anula o voto justifica que é porque não confia e não concorda com o que está sendo feito, mas não vê que o voto é como diz a propaganda: é uma arma. Uma oportunidade única de mudar a situação", observa ele, que é candidato a vice-governador na coligação Piauí no Coração, encabeçada pelo governador Zé Filho (PMDB).(Diário do Povo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente essa postagem

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.