Por: Fernando Gomes (*)
Pontificou Friedrich Nietzsche que “a moralidade é a melhor de todas as regras para orientar a humanidade”. Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.
No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.
Os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”.
No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. Ambas, responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
Passamos agora para responsabilidade, um termo mais jurídico. Responsabilidade é o dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja em virtude de um contrato, ou em face de um ato comissivo ou omissivo, e que por isso, deva realizar uma conduta, ressarcir um dano, pagar uma multa, cumprir uma pena, por fim, o dever de realizar em algo que tem como causa a conclusão de um contrato ou a pratica de uma conduta anterior.Mas, o que tem a ver ética, moral, responsabilidade com a política? E comigo, com você?
Na política, observa-se que ao se consultar a história do país é possível constatar que os candidatos que foram detentores de uma vida pregressa repleta de imoralidades públicas e anotações criminais em suas folhas de antecedentes, costumaram praticar crimes de toda ordem, a maioria em prejuízo do erário. Não é difícil perceber, portanto, que o administrador público – sob o pretexto de exercer o mandato eletivo em nome do povo – transforma por vezes a caneta de seu ofício no mesmo pé-de-cabra que arromba os cofres públicos (metáfora usada pelo Ministro do STF, Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto).
A sociedade está assustada! Ninguém acredita mais em nada. Justiça, Governos, Partidos Políticos e Igreja, ilustram um exemplo de organizações que poderiam dar um suporte para a melhoria de vida das pessoas e, no entanto, não cumprem o seu papel a contento, com raríssimas exceções.
Princípios éticos e morais parecem passar distante da prática destas organizações e contribui para o apodrecimento do tecido social que se expande com uma velocidade assustadora. O poder degenerativo que se instalou na sociedade é tamanho que a imoralidade e a falta de ética se fazem presente no cotidiano e ações mais simples das pessoas.
Em alguns casos falta a lei; n’outros falta a sua aplicação rigorosa.
Os romanos já diziam que “non omne quod licet honestum est”, vale dizer, “nem tudo o que é legal é honesto”. No Brasil prevaleceu e ainda prevalece entendimento semelhante por muito tempo, que sustentava “o ato pode ser imoral, mas é legal”. Um exemplo é o festival de licitações fraudulentas que se promove no poder público. “Tudo dentro da lei!”.
Estamos ferrados! A maioria dos que se mete em disputa de mandato eletivo pensa que a finalidade da Política se resume à conquista e conservação do poder pelo poder, sem qualquer outra preocupação além do desejo de dominação perseguido. Esta semana o TSE caçou o registro de candidatura de Paulo Maluf com base na Lei da Ficha Limpa. “Me parece incongruente poder aceitar que aquele que está proibido de contratar com o poder público, possa a um só tempo exercer um cargo de tamanha magnitude. Alguém que sequer sair do país pode”, pontuou a ministra Maria Thereza Moura. E os outros fichas sujas Brasil afora?
E os daqui? Os fichas sujas comprovados ainda “brincam” de candidatura e com deboche ao povo se colocam como probos e comprometidos com o bem estar social. Um verdadeiro deboche! Um acinte...
Portanto, é preciso refletir sobre o papel social de cada um. O ser humano precisa construir o seu novo ser. Atualmente, temos um grande desafio na vida: construir o nosso ser com espírito ético, fraternal e voltado para o resgate de uma segurança social. Comecemos por extirpar estes pústulas da nossa sociedade: os maus políticos. Especialmente os que posam de bom moço e não passam de vermes nocivos à sociedade!
Fora os imorais, fora os enganadores da boa fé do povo!
(*) Fernando Gomes, sociólogo, eleitor, cidadão e contribuinte e parnaibano
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