2 de out. de 2013

Após 3 meses, mãe de Talia diz que acusado foi a protesto pedir justiça

Nesta quarta-feira (02/10), completa três meses da morte da estudante Talia dos Anjos, degolada pelo adolescente B.C., de apenas 16 anos, dentro de um santuário na cidade de Ilha Grande, litoral do estado. Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte do crime pelo irmão da vítima, que mora a poucos metros de onde o bárbaro homicídio aconteceu.
180graus esteve na casa onde Talia morava com os pais, Antonio de Pádua da Silva e Elzete Araújo dos Anjos, e conversou sobre a situação da família depois deste crime que chocou não só o pequeno município, mas comoveu todo Piauí, pela forma brutal como aconteceu.
Depois que a jovem foi morta, parte das árvores que ajudaram a esconder o acusado, foram podadas, e uma lâmpada foi posta justamente onde o corpo foi encontrado. Do local, é possível ver a janela da casa da adolescente. "Ele matou minha filha olhando lá para casa. Nesta noite nem vento tinha, mas não ouvimos nada, nenhum grito. Se fosse alguém desconhecido ela gritaria e iríamos ouvir", disse a dona de casa Elzete. 
Recentemente na cidade, correu o boato de que o adolescente de 16 anos havia sido soldo, mas para tranquilidade da família, ele ainda continua preso em Teresina. "Muitas pessoas vem nos dando apoio, e se sentem comovidos com o que aconteceu. Às vezes os amigos dela vem aqui dizer que correram atrás do pai do assassino, dão conta se ele está andando pela cidade", disse a mãe da jovem assassinada.
Frieza do adolescente assustou os pais de Talia: 'Ele foi até ao protesto delaFrieza do adolescente assustou os pais de Talia: 'Ele foi até ao protesto dela"
Mas o que chamou atenção da reportagem, foi a frieza demonstrada pelo assassino nos dias após o crime. Ele visitou a família de Talia várias vezes, fez-se de amigo e até participou de um protesto pelas ruas do município, que pedia por justiça. "Ele saiu até para comer pizza com a irmã da Talia que veio de Brasília. Este rapaz sempre debochava e dizia, quem será que matou a bichinha, chegou até mesmo a chamar a polícia de otária, acreditando que ficaria impune", detalha dona Elzete,
Pai mostra lâmpada que só foi colocada depois do crime brutalPai mostra lâmpada que só foi colocada depois do crime brutal
Mesmo o garoto tendo confessado o crime em um vídeoafirmando que agiu sozinho, não é esta a convicção da família. "Ele diz que pegou a menina por trás, mas a camisa e o calção dele, pela frente, estava todo lavado de sangue. Ele escondeu dentro do banheiro. Alguém segurou a boca dela para não gritar. O rosto dela estava todo cheio de marcas de unha, parece que até um murro ela levou", descreve o pai da garota. 
No dia do crime, árvores escondiam o local onde Talia e o acusado estavam; hoje o lugar pode ser visto de vários pontos da cidadeNo dia do crime, árvores escondiam o local onde Talia e o acusado estavam; hoje o lugar pode ser visto de vários pontos da cidade
A família infelizmente não tem provas, mas suspeita de que o rapaz que comprou o celular de Talia que foi vendido por B.C., sabia do crime e sempre encobertou. Carlos Augusto Oliveira trabalhava na Câmara de Vereadores de Ilha Grande, e foi lá, em um dos computadores, que acessou o sistema do celular e viu as fotos de Talia. "Ele diz que não sabia, mas como pode? Se no celular da Talia tudo tinha foto dela. Até o Facebook da menina eles conseguiram bloquear, nem a polícia teve acesso", diz a mãe de Talia.
Garoto vendeu celular da jovem após matá-la; depois acabou pegando de volta e jogou dentro do mangueGaroto vendeu celular da jovem após matá-la; depois acabou pegando de volta e jogou dentro do mangue
Os pais também discordam da tese de que Talia foi morta por causa de uma suposta gravidez. "Não foi por isso, se ela tivesse grávida nós saberíamos, mas nas ligações não há nenhuma conversa sobre isso. Aquele comprimido foi só para desviar a atenção. Sei lá, acho que a Talia viu alguma coisa, ou que ele era apaixonado por ela, e minha filha não queria. A polícia chegou até a falar que esse Carlinhos seria gay, e que teria tido um romance com o rapaz que matou minha filha. Sei lá, vai ver ela viu alguma coisa entre eles, mas infelizmente não temos certeza de nada disso, são só suspeitas", afirmou a mãe. 
Todos os dias família passa em frente do local onde a filha foi mortaTodos os dias família passa em frente do local onde a filha foi morta
Como a comoção popular foi grande, a família de B.C. acabou deixando Ilha Grande e mudou-se para Parnaíba. Dificilmente são vistos no município, e quando vão, acabam sendo hostilizados. Já Carlinhos, como é mais conhecido, deixou o Piauí e foi embora para Brasília. Ele acabou sendo exonerado da Câmara de Vereadores e mesmo alegando inocência, preferiu ir embora.
Família do adolescente mudou-se de Ilha Grande, e 'Carlinhos' foi embora após ser exonerado da CâmaraFamília do adolescente mudou-se de Ilha Grande, e 'Carlinhos' foi embora após ser exonerado da Câmara
Hoje eles convivem com a dor de todos os dias ter de olhar para o lugar onde a filha foi morta. Dona Elzete afirma que o crime teve repercussão nacional, e frequentemente repórteres de outros estados a procuram. A família tem fé na justiça dos homens, mas ainda mais na "de Deus" e são confiantes de que mesmo o rapaz sendo solto, ele sofrerá as consequências do crime brutal que cometeu. 
DSCN9915.JPG
REPÓRTERES: Apoliana Oliveira e Fábio Carvalho - Direto de Ilha Grande
Publicado Por: Fábio Carvalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente essa postagem

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.