29 de set. de 2013

Quatro anos sem o ilustre parnaibano, o engenheiro Alberto Silva

Alberto Tavares Silva
Hoje completa quatro anos sem o ilustre parnaibano, o engenheiro Alberto Silva.

Alberto Tavares Silva, da turma de 1941 da UNIFEI, ocupou um grande número de cargos públicos, sempre se destacando como um grande profissional da Engenharia. Foi Engenheiro-Chefe de Transportes Elétricos da Estrada de Ferro Central-Parnaíba-PI; DiretorTécnico da Cia. Luz e Força de Parnaíba-PI; Diretor-Técnico, Superintendente e Presidente da Cia. de Eletricidade Central em Fortaleza-CE; e Presidente da EBTU em Brasília-DF.

Na política, iniciou sua carreira como Prefeito de sua cidade natal, Parnaíba-PI, em 1948. Posteriormente foi Deputado Estadual, Deputado Federal, Governador do Estado do Piauí por duas vezes, Senador também por duas vezes e novamente Deputado Federal, além de Conselheiro da República. No Senado, presidiu as Comissões de Minas e Energia e de Serviços de Infraestrutura. Na Câmara, era titular da Comissão de Viação e Transportes. E sempre fez questão de enfatizar que era um engenheiro na política e não um político engenheiro.


Orgulhava-se muito da formação que recebeu em Itajubá. Em 22 de novembro de 2003, cumprindo mandato de Senador, acompanhado de sua esposa D. Florisa Silva e de sua filha Susana, participou de solenidade realizada no Campus da UNIFEI, promovido pelo "1º. Encontro das Ex-alunas", em comemoração aos 90 anos da instituição. Naquela oportunidade, aos 85 anos de idade, fez um belíssimo discurso, do qual transcrevemos o seguinte trecho:

"Foram inúmeros e oportunos momentos em que eu tive que ser o engenheiro de Itajubá e, graças ao bom Deus e a esta Escola, eu tive a felicidade de resolver tantos problemas neste país, em tantos lugares e em tantas circunstâncias, de São Paulo ao Amazonas, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e em qualquer outro lugar deste País. Mas, muito mais importante talvez, eu considere o fato de ter colocado metrô em Teresina. E quando fui Presidente da Empresa Brasileira de Transportes Urbanos, fui responsável pela ampliação dos metrôs de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e do Rio Grande do Sul, pela melhoria dos transportes em muitos outros lugares e pela eletrificação do Estado do Ceará. Aproveitando aquelas aulas do Richard Bran, ao fazer o motor Diesel trabalhar na rede elétrica, fazer um acoplamento de uma termoeletricidade com a hidroeletricidade, e fiz isso tantas vezes no Ceará, entrando com as usininhas dos açudes na rede para reforçar aquilo que ainda não existia por lá, que era a energia no nordeste. Trouxemos a energia de Paulo Afonso até a capital do Ceará e daí a levamos ao Estado do Piauí e fizemos a linha de transmissão mais longa daquela época. E para isso tivemos que usar tudo aquilo que aprendemos com o Bran, o Lindenbein, com Elcio, João Luiz, Luiz Goulart e tantos outros que nos ensinaram a pensar e resolver problemas.”

Naquela oportunidade, comunicou ter apresentado e aprovado no Senado Federal o Projeto de Lei que institui o dia 23 de novembro como o Dia do Engenheiro Eletricista, redigido em co-autoria com o então Deputado José Roberto Arruda.

Dias depois, na tribuna do Senado, fez um extenso relato da solenidade presenciada em Itajubá, do qual vale destacar: "Estavam lá mais de 200 ex-alunos e ex-alunas, principalmente ex-alunas. Tive a oportunidade de verificar a ideia de Theodomiro Santiago, que, usando quase todo o dinheiro de sua família, que era rica, comprou uma escola de engenharia, com laboratórios completos de mecânica, engenharia hidráulica, elétrica e civil, e instalou-a na pequena cidade de Itajubá, ao lado de um belo rio. Rapazes de todo o País lá estudavam, e tive a honra de ser um de seus alunos.

Na comemoração dos seus 90 anos, cheguei à conclusão de que aquela Escola tem alma e quem ali estuda tem a vontade de ver o País crescer, de estudar para o bem do Brasil. Todos os seus ex-alunos estão reunidos em uma Associação. Creio que é a única escola brasileira que tem uma Associação de ex-alunos com dirigentes em vários cantos do país. É algo inédito. (....) Eu senti o pulsar daquele gesto de brasilidade de Theodomiro Santiago, que criou uma escola que hoje é a Universidade Federal de Itajubá. “Os estudantes que quiserem aprender Engenharia com a brasilidade que acompanha o ensino daquela Universidade devem ir a Itajubá, no sul de Minas, e serão bem-sucedidos."

Em 23 de novembro de 2005, durante a comemoração do 92º. aniversário da Universidade Federal de Itajubá, o Senador  Alberto Silva retornou a Itajubá para receber o Diploma de Embaixador da UNIFEI, com a missão de atuar na diplomacia, como parceiro e conselheiro do Reitor e de outras lideranças da universidade, título este que tem por objetivo homenagear ex-alunos que, através de suas competências, atuações profissionais e políticas, têm contribuído para o desenvolvimento do País.

Na cerimônia, que contou com a participação de muitas autoridades e de toda a comunidade acadêmica, estava presente o seu amigo e também piauiense Senador Francisco de Assis de Moraes Souza, o "Mão Santa", que em seu discurso discorreu sobre a carreira política e de engenheiro do Senador Alberto Silva, ressaltando o grande avanço de seu estado na área da educação, durante seus mandatos como governador. E declarou: "Somente a partir do seu governo, com a criação de Universidade e outras instituições de ensino em Teresina, os piauienses não mais se viram obrigados a deixar o seu estado para completar seus estudos".
Por sua história de vida, construindo um Brasil melhor com muito trabalho e amealhando amigos e admiradores por onde passou, é que a notícia de seu falecimento causou grande comoção, especialmente no meio político e entre seus amigos e colegas da UNIFEI.

No dia de seu falecimento, 28 de setembro de 2009, Heráclito Fortes (DEM-PI), 1º Secretário do Senado, assim se pronunciou, destacando as qualidades do Deputado e ex-Senador, que governou o Piauí por dois mandatos: "Alberto Silva mudou a mentalidade do Piauí, fazendo dois governos modernos, arrojados e de grandes realizações. O Brasil não pode esquecer que foi por intermédio dele que o país passou a buscar, com o biodiesel, alternativas para o petróleo."


Jornal da Parnaíba | Extraído da Associação dos Diplomados da Universidade Federal de Itajubá – Regional-BH

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