Caro leitorado, às vezes eu penso que Parnaíba tem razão em se sentir injuriada porque não ser a capital do Piauí Terra Querida. Não porque tenha mar e a gente não. Não pelo Mão Santa ser de lá, porque para contrabalançar eles temos o Tererê. E negócio de comer peixe não é vantagem porque os super-mercados daqui estão cheios de peixes vindos da Noruegua e até da Baixa da Égua e peixe a gente tem daqui demais, os super-mercados estão cheios. Bacalhau aqui é o pau que rola. O governo também está cheio de peixes, sereias e piabas. Tomar banho de água salgada também não é vantagem aqui. É só botar sal nas piscinas, como um amigo meu fez num motel do Franly e depois veio com a desculpa de que queria era salgar a piranha. Agora mesmo, o Parnahyba é o campeão do Estado e ainda faz é mangar do presidente do River, o Elizeu, que quer anular o campeonato e diz que ele é quem vai ganhar os cem contos de réis da federação e o carro Chevrolet que foi prometido e vai passar é de ano e este carro não sai. É de rosca. Agora mesmo, o Tubarão saiu numa romaria no rumo do Tocantins que é longe pra dedéu e apanhou lá, de pouco, mas apanhou, no cocô dos pintos e tem tudo para dar neles aqui na praia, segundo jogo neste domingo que vem. Agora isso é bonito para os três clubes da capital, River, Flamengo e Piauí, o representante piauiense ser do litoral?... Faltou sal, seu Juvenal? Que sucedeu, seu Elizeu? Três clubes na capital deviam se prezar... Mas deixa prá lá... Neste domingo, o Tubarão volta a defender o futebol piauiense e vai ser contra o Maranhão, de São Luis. Dentro de casa, o Parnahyba é duro na queda. Ainda não apanhou para seu ninguém e o jogo começa cedo, quatro da tarde. Paulo Morone, treinador gaúcho, já armou seu esquema para não vacilar diante do adversário. A torcida parnaibana vai comparecer em peso e medida e vai encher o Verdinho da Parnaíba. Ela sabe que é o décimo segundo jogador do time representante do futebol piauiense. A torcida parnaibana é leal, gritante e operante. Não é como as de Teresina. Que só tem foba e no bucho, cobra.
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