Apesar de ocupar constantemente as manchetes de jornais e assunto recorrente na mídia, muitos leitores ainda se perguntam como é que pode roubarem tanto os cofres públicos no Brasil e com tanto volume, nas barbas da polícia e dos órgãos de controle estatais? Para tentar passar para os leitores a parte básica, o mecanismo, desse sumidouro de recursos públicos, a coluna consultou alguns especialistas, conhecedores dos processos de licitação e experts em administração pública. Um construtor contou que o primeiro problema a ser resolvido é o acerto com quem libera a “verba” e com quem assina os cheques. Sabe-se no setor público que verba não é dinheiro, e emendas parlamentares, também. Usando o caso da construtora Delta, suspeita-se que a compra é feita no atacado. Os caras estão “comendo” em 24 estados! Nesses casos, a negociação é mais ampla e envolve pacto da Delta com empresas locais dos estados, que participam da licitação já sabendo quem vai ganhar, e quanto caberá a cada uma delas pela apresentação de propostas com preços maiores. Ganham sem trabalhar e sem riscos de não receber, muito recorrente quando o pagador é o governo. A comissão de licitação passa batida, o desenho geral está limpo e depois é só complementar as liberações dos recursos em Brasília e ainda sobram espaços para aditivos, novos detalhes de projeto, desde que não ultrapassem o máximo de 15% do contrato original. Projetando 15% sobre um contrato de 100 milhões, a titulo de exemplo, sobram certamente aqueles milhões para comprar, servidores públicos senadores, deputados, governadores e quem tiver poder para influenciar nesses negócios. O certo é que todos se dão bem. Ou melhor, se davam, até desabar a cachoeira.
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