AZ: Sem jequice

Vaia ao governador não é sinal de desaprovação a ele, mas um gesto descabido no lugar errado.

O festival de inverno de Pedro II é um desses eventos em que se tenta juntar o brejeiro e o sofisticado. Aproveita-se um clima ameno de junho, uma cidade que está ficando cada vez mais bem posta, um artesanato rico e coloca-se música de boa qualidade e gastronomia de primeira linha. Pronto, está servida uma receita de sucesso. O êxito do festival é inegável e parte dele é devida ao governo do Piauí, a quem cabe a maior parte dos recursos e esforços para a organização. Talvez por causa disso, o governador – tanto o atual quanto o antecessor – procurem puxar uma brasa para suas sardinhas, fazendo um discurso. Trata-se de um erro. Wellington Dias, primeiro, e Wilson Martins agora, experimentaram a vaia, não um sinal de desaprovação a eles, ao governo deles, mas ao gesto desnecessário de fazer pronunciamento em meio a uma festa cheia de gente disposta a ouvir música, não palavras de políticos. Deveria o episódio da vaia ao governador servir de exemplo para ele e para todos os políticos: nem sempre é preciso falar para mostrar eficiência. Melhor que as pessoas falem por você. Ademais, discurso num evento dedicada à música e à diversão é uma coisa muito jeca. Por isso, parece justo que se dedique apupos sonoros à jequice.