27 de dez. de 2010

A ganância dos parlamentares e seu efeito

Bom noite Senhor Carlson.

Apesar da miséria evidente no Piauí, todos os parlamentares piauienses (José Maia Filho; Júlio Cesar; Osmar Júnior; Marcelo Castro, Ciro Nogueira; Átila Lira e Paes Landim) votaram favorável ao aumento salarial que concederam a si próprios. Foram 279 votos favoráveis, 35 contra e 3 abstenções.  

O arcebispo primaz do Brasil, cardeal Dom Geraldo Majella, um dos líderes da Igreja Católica critica o recente aumento do salário dos congressistas, que subiu para R$ 26 mil. "Mas e o salário do povo? Será que só há dinheiro para eles? Aos políticos não faltam seus aumentos. É ajuda disso, ajuda daquilo", disse. Ele aproveitou o momento do Natal para recomendar mais atenção à educação e à saúde da população.

O ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas avaliou que o aumento do salário de parlamentares, ministros, do presidente e vice para R$ 26,7 mil aprovado na Câmara e no Senado deve provocar cortes em outras áreas. Ele destaca que para diminuir os gastos públicos, "o governo precisa ter como meta manter gastos de custeio CRESCENDO MENOS do que o PIB". E pontua: "Nos últimos anos tem aumentado MAIS do que o PIB". Sem entrar no mérito da necessidade ou não de um reajuste salarial para os parlamentares e ministros, o especialista ressalta que se houve esse aumento, deve haver algum CORTE DE DESPESAS.

Em um único ano, o aumento salarial concedido custará aos cofres públicos aproximadamente R$ 86,7 milhões a mais. No total, o salário desses membros do Legislativo e Executivo somará um montante de R$ 219,5 milhões, sendo que antes do reajuste o gasto chegava a cerca de R$ 132 milhões. Para os deputados e senadores, a mudança significa um acréscimo de 61,8%. Para o presidente e os ministros, a conta chega a mais de 130%. Com o aumento de salário de um único deputado, seria possível pagar CINCO AGENTES DE SAÚDE e QUATRO PROFESSORES, de acordo com os dados oficiais da tabela de remuneração dos servidores federais. De salário, um deputado federal embolsa R$ 16.512. A Cota por Exercício de Atividade Parlamentar varia de R$ 23.033 a 34.258,50, para despesas com o trabalho, como combustível e passagens aéreas.

Já um senador, que recebe salário igual ao de um deputado, tem ainda até R$ 23 mil em passagens aéreas, despesas de até R$ 15 mil por mês coberto pela verba indenizatória, além de verba disponível para moradia, telefone, correio e gráfica.
Os salários dos parlamentares não eram reajustados desde 2007. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que não votou com sua bancada - favorável ao aumento -, se pronunciou contrário aos novos valores estabelecidos. Ele explica sua equação:
- Há muitos anos não se corrige os salários. O reajuste seria justo se viesse combinado com outras providências: eliminação de benefícios da verba indenizatória e auxilio moradia. Aí sim esse reajuste seria uma grande economia ao Congresso. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia afirmado que seria necessário cortar gastos públicos no começo do governo Dilma. Thadeu de Freitas salienta que "O EQUILÍBRIO FISCAL É DE FATO UMA PREOCUPAÇÃO."

Abraço forte, extensivo aos seus familiares, ouvintes e leitores. 

Josef Anton Daubmeier
Edição Blog do Pessoa

10 comentários:

  1. Corporativismo sem vergonha!
    "Corrupção, a partir de certo nível, exige que todos sejam corruptos. Quem se recusa é alvo de pressões insustentáveis. É um processo de seleção negativo." (Ladislau Dowbor)

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  2. Aumento de salário gera efeito cascata na economia. Aprovados os aumentos para os poderes executivo e legislativo em soma superior a 60%, referido percentual trará reflexos no déficit público. Evidente que a arrecadação deverá crescer e os impostos serão elevados naturalmente. No entanto, pergunta-se, na realidade, se a população carente de recursos e serviços públicos fora consultada para a sobredita medida.
    Os representantes do povo, no apagar das luzes, e no final da legislatura, próximos do recesso, fazem aprovação e jogam a conta para a população. Nada mais inaceitável e censurável. A República na qual democraticamente comungamos passa pelo crivo do interesse público e das receitas, sem comprometer o orçamento.
    Sabemos que o mundo, e também o Brasil, todos atravessam fortes e complicadas crises econômicas. Crescerá o endividamento público que já se mostra impagável e mais do que isso, os trabalhadores não recebem aumentos coerentes nem mesmo com a inflação. Os servidores públicos que ocupam cargos no executivo e no legislativo deveriam ser mais comedidos e procurar um denominador comum.
    Disparidades desta natureza acarretam problemas em cascata e a folha de pagamento invariavelmente estará comprometida. O que se propõe é uma diretriz de um salário fixo para o parlamentar e sua remuneração por sessão,tipo jeton,a fim de que não transforme o parlamento em três dias de trabalho, afora proximidade das eleições e eventos internacionais. Necessitamos ainda de uma reforma política que redimensione o congresso.
    Acaso façamos o cotejo, em proporção, o Brasil tem mais parlamentares do que os EUA, cuja população, na verdade, beira 300 milhões de habitantes. Não podemos conviver com um congresso contando a câmara com mais de 500 deputados e o senado federal 81 senadores. É inadiável seja feita uma reforma, para adequar o congresso a 350 deputados e o senado a 50 senadores, número já bastante harmônico e de acordo com a estrutura do Brasil.
    A máquina pública precisa dar o exemplo e este começa por cima, senão o País corre o sério risco de, com sua dívida pública interna, entrar na fase de renegociação e seguramente arriscar o calote, já que ninguém deposita confiança ou credibilidade nos decadentes precatórios.

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  3. A sociedade deve mobilizar com manifestações contra o aumento de salários dos Senadores e deputados, certamente este aumento deverá ser estendido aos prefeitos e vereadores, os vencimentos dos deputados e senadores de R$ 12.187,00 para R$ 26.723,13, enquanto o salário mínimo atual é de apenas R$ 510,00, o aumento deveria estender ao salário mínimo, visto que a Constituição Federal em seu artigo 5º diz: Todos são iguais perante a Lei. Principio da Igualdade: A Constituição Federal de 1988 adotou o principio da igualdade de direitos, prevendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais, ou seja, todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei, em consonância com os critérios albergados pelo ordenamento jurídico.

    Com este aumento nos vencimentos dos Deputados e Senadores, constata que a maioria da população brasileira vem recebendo tratamento desigual, visto que a maioria recebe apenas um salário mínimo de R$ 510,00 enquanto os Deputados e Senadores irão receber 52,39 salários mínimos. A sociedade deve mobilizar para que não aconteça uma INJUSTIÇA SOCIAL.

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  4. Não concordo, esse valor é um absurdo pela quantidade de dias que eles trabalham. Na minha opinião, eles deveriam trabalhar por no máximo 5 salários mínimos

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  5. Os salários deles já são altos demais, e eles não correspondem às expectativas da população

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  6. Eles não merecem reajuste nenhum. Por que eles aprovaram o projeto tão rápido com valores tão grandes enquanto a população tem reajustes tão pequenos?

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  7. É isso que faz nossos burgueses políticos do estado mais pobre da federação irem pra tv e dizer que o Piauí vai bem. hahaha! Vai bem pra eles que com essa grana toda estão bem longe da realidade do povo que votou neles. Eta chibatada segura! Ainda bem que anulei todos os meus votos. Não me arrependo de não ter votado neles.

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  8. Pelos fatos ocorridos opino que este aumento foi combinado entre os partidos políticos que iniciou o EFEITO DOMINÓ. Porque a Constituição Federal permite que um vereador receba até 75% do valor do salário de um deputado estadual que, por sua vez, recebe até 75% de um deputado federal. Entendem como funciona o serviço mútuo em atender legalmente a ganância na esfera política no País.
    Para o sociólogo e cientista político Delson Ferreira, o aumento aprovado pelos parlamentares é imoral. “Isso é um desrespeito a todos que trabalham com carteira assinada neste país. Não há motivo técnico para reajuste tão alto. É preocupante a FALTA de mobilização da população, que DEIXA esse tipo de coisa acontecer”, diz Ferreira.

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  9. É um absurdo o que fazem com nosso dinheiro em Brasilia. E o pior de tudo é que a gente não pode fazer nada, já que é lei. Eu acho que o melhor é fazer um abaixo assinado a esse respeito porque não dá mais prá ficar de braços cruzados olhando o que acontece ao redor sem fazer nada.

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