O descontentamento com Riedel Batista é flagrante. "Não há um entendimento com a atual administração. Não é só a falta de diálogo. A queixa é coletiva, da maioria da classe: ele não tem sido acessível, nem sensível aos nossos pleitos", comentou por telefone.
Segundo Andréa Magalhães, há muito tempo a categoria argumenta com o Governo do Estado a necessidade de promoções. O imbróglio relacionado ao reajuste, no entanto, é mais recente.
"Desde a semana passada tentamos um entedimento sobre o reajuste. Mas sobre as promoções foram várias vezes. Já falamos com os secretários de Segurança e Justiça e com o delegado geral. Já houve promoção na Polícia Militar. Na Polícia Civil, não houve e nem há previsão. Não temos como conceber quatro promoções na PM e nenhuma na Polícia Civil. O reajuste foi o estopim. Há um sucateamento da polícia. As condições são completamente insalubres. Em alguns municípios sequer há policiais", argumentou.
Atualmente, os delegados da Polícia Civil do Piauí recebem salários de R$ 13 mil. Essa remuneração deveria ser reajustada neste mês de maio, mas o Governo do Estado propôs um pagamento parcelado, De acordo com Andréa Magalhães, a proposta não pode ser aceita.
"Não tem como transigir uma parcela que foi decidida três anos atrás. É um reajuste muito pequeno, de apenas 7,5%. Não justifica o fracionamento. Ele mal seria uma reposição inflacionária", destaca.
Interior
Em março, delegados que atuam no interior deixaram de acumular cidades. Com isso, pelo menos 35 cidades ficaram desassistidas no Piauí. Para Andréa Magalhães, a crise fora da capital também é responsabilidade de Riedel Batista.
"Atribuo a situação de crise no interior à atual gestão da Delegacia Geral. Havia cerca de 45 delegados lotados no interior, e o delegado geral transferiu oito para a capital. Hoje, há pouco mais de 30 delegados lotados em todo o interior, e o estado tem 224 municípios...", observou.
Flávio Meireles
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